quarta-feira, 18 de março de 2009

O tempo

Mais uma vez permito que você vá embora levando contigo o brilho dos meus olhos, o sorriso maroto que escapa em todos os momentos que te vejo. E o meu amor? Sim! Esse sentimento puro que surge de dentro do meu ser que dilata a pupila e me faz ver cores onde tudo era preto e branco, e aí você vai e o que me resta é apenas a agonia da saudade, as borboletas no estômago, o vazio no peito, as músicas que cantou para mim quando nossos olhos apenas tentavam dizer algo, as mensagens recebidas pelo celular, o frio da sua ausência que pertuba meu sono.
Cada lugar que passo lembra você, nos movimentos das minhas mãos sinto o seu cheiro, ao parar defronte a janela do meu quarto observo o movimento da noite, as pessoas somem aos poucos, os carros passam mais rápido e em um longo espaço de tempo, nesta bagunça, consigo transportar-me em lembranças para o que vivemos por dois dias, dias que se tornaram eternidade nos meus pensamentos, dias simples dentro de uma bolha, nada incomodava, nada me atormentava, experimentamos, curtimos, risos “floreavam” o silêncio, cheiros perfumavam nosso corpo, carinhos afagam os corações solitários, confissões recheavam nossos ouvidos e os sonhos eram construídos, assim como um livro leva tempo para ser criado, administrado e publicado, sinto-me no início de uma grande história, onde escolhas são determinantes para as nossas realizações, nossas certezas de ter feito a coisa certa e vivenciar cada segundo permitido em um reencontro.
Todas as noites haverá lua, todas as noites uma fase dela será desenhada em meio ao brilho das estrelas e todas as noites será permitido ver a sua beleza de qualquer lugar e momentos diferentes.
Faremos da paciência nosso talismã, faremos das nossas escolhas degraus, faremos da distância motivos, faremos o que estamos fazendo...

Nenhum comentário: