segunda-feira, 16 de março de 2009

Confissões da Lua

Pretendo desaparecer entre nuvens
Ser outro alguem
Estar onde estou
Te esquecer
Estou minguando, decrescendo para chegar na fase da solidão
Contam os dias para que ao amanhecer não me vejas e ao anoitecer eu seja esperada
Estou a te olhar, conectando o meu amor através das estrelas ao qual divido o céu
Compartilho meu brilho enquanto a escuridão se aproxima, durante alguns dias reservarei a minha imagem, para que as estrelas te levem para algum lugar seguro, provavelmente longe de mim!
Será que te faço bem?
Será que te ver é tão bom assim?
Ou despedidas são tristes porque são despedidas tristes?
As horas passam, os dias chegam ao fim, semanas se formam ao longo de um mês e eu entro e saio de fases, variando com a maré, influenciando o humor de todos, iluminando os enamorados, fascinando as filhas das deusas.
Sou imponente quando apareço, cresço e triunfo o céu, no laranja ou no amarelo, entre árvores ou nuvens, desenhando acima de todos que andam por aí.
Na manta escura do seu telhado, um ambiente favorável para realizações e pedidos, meu brilho reflete no mar a minha existência, sou cantada pelos românticos, e por muitos sou desejada, tatuada no seu ombro pareço uma dançarina, bailando de um lado ao outro, rodopiando, risco seu caminho desde a sua concepção, influencio sua vida desde então e para aqueles que te conhecem tão bem quanto eu, ao me ver lá em cima lembrará sempre de você.
Ilumino seu quarto para mostrar que assim como o Sol pode abrilhantar o seu dia eu encerro o espetáculo iluminando o seu repouso.
Boa noite!

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