terça-feira, 26 de julho de 2011

Oração

Google Imagens


Olhem por nós
Orem por eles
Somos filhos da terra
e apadrinhados do Sol

A água que corre, grita sua liberdade
Vejo uma nau ao final, ela não navega
ela devasta, expulsa os donos da terra
e esconde a verdade

Para os desesperados que só enxergam
o reluzir dos cifrões, os machados e foices
são indumentarias que carregam e matam

No progresso, os conscientes sofrem,
os inteligentes discutem e os espertos
atropelam e estão no poder, falam do progresso
e tentam convencer que onde se devasta há o crescimento.

Ó povo sofrido que dos seus ancestrais extraem a sabedoria e
a força para lutar pelo que pertence a todos...

Façamos mais, façamos por nós!


Vídeo gravado em Salvador no Show de encerramento do desafio de bandas no Bahia Café Hall.
Banda: Scambo

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Quando estou, só ela me acompanha


Google imagens


Em poucos minutos voltei a falar com aquela intrigante menina de olhos negros, percebi suas presença quando seguia o mesmo caminho de sempre.

Estava distraída, cabisbaixa e consumida por pensamentos, quando tive a sensação de ser seguida, de que alguém espreitava os meus passos, apressei-me e lá estava ela.

Lembro-me que em um passado recente escutei tantas vezes sua lamurias e que deixou-me pensativa em noites solitárias. Agora, o silêncio que me pertenceu nos instantes que a escutava alimentou-se da minha fome e tirou-me o apetite para as delicias que eu carregava, demorei a me recompor, parti encaixando os fatos e tentando encarar, ergui a cabeça, parei e no horizonte o sol se derramava no céu, mostrando que o hoje iria se findar e o que era para ser mudado havia se tornado passado.

A bela menina de olhos negros não continuou, partiu mais uma vez sem eu perceber e assim eu segui, sentei uns instantes antes de retornar ao trabalho, as delícias que eu carregava estavam salgadas, talvez pela falta de vontade de apreciá-las ou por ter sido apertada pela tristeza da impotência e pela certeza de que o "eu" sempre virá na frente de tudo, independente do que sua imagem represente para o outro, questionei algumas palavras ditas e senti a dor de ter sido flechada, mas agora já havia passado, silenciei-me mais uma vez e mentalmente avaliei, quando alguns fatos insistem em se repetir é porque está na hora de rever e fazer tudo diferente. Resta saber quando, como e se vale a pena.

Tenho sonhos, tenho desejos, tenho ainda força de vontade, apesar dos tropeços e das rasteiras consigo me levantar e persistir e assim prosseguir nesta jornada, posso ter parado para respirar ou ter voltado atrás pois a outra estrada parecia mais segura, mas desistir está fora de cogitação.

Hoje quero estar silenciosa, sem meias palavras ou se quer palavras inteiras, apenas na racionalidade para encontrar as soluções e segui algum caminho...