terça-feira, 4 de novembro de 2014

"O que levamos da vida é o que ela leva de nós".


Cada um tem uma história para contar, uma experiência para compartilhar, uma lição para nos dar e o conselho a ofertar.
Não importa quem você pode ser ou a quantidade de problemas que você carrega, o que importa é como você vive e o que você faz de sua vida. 
Há um legado a ser deixado por ti, uma história para ser escrita e o que mais desejo é fazer de minhas ações história, é fazer do meu sorriso uma marca e é fazer dos seus olhos admiração.
Então viva mais, sinta mais, coloque intensidade naquilo que te faz ser o que é, assim indigentes entrarão em extinção e o que seria um capítulo se tornarão trilogias de referência.
Hoje começa uma nova jornada e não estou pronta para seguir, mas vou colocar uma vírgula e permitirei me aprontar durante o percurso de parágrafos, pontos, conectivos, pronomes, verbos e o que vier.


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Mais um dia de tempo curto



No relógio os ponteiros travavam uma corrida desenfreada, aquele corredor após as portas de acesso restrito pareciam intermináveis, queria correr para chegar logo, mas o ambiente não permitia.
Ao chegar, olhei pela porta e nos vimos, ele sentado de olhos apaixonados ao me ver, emocionou-se, meu coração disparou, as mãos começaram a suar e nas janelas da alma a chuva insistia em molhar.
Mudei de assunto, falamos de tudo, de mudanças, rotinas, vontades e entre um papo e outro eu fazia sua barba branca. Aos poucos sua fisionomia se tornava mais saudável, o sorriso no rosto aparecia, o leão guerreiro adormecido acordava com sede de levantar e minha esperança em ter ele logo conosco aumentava mais, breve estaremos rindo a toa e falando besteira.
Sinto o seu sacrifício e as dificuldades que tem suportado, mais estamos juntos passando por isso, o importante é que tudo passa, tudo passará.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Relatos de uma filha apaixonada pelo pai



As lagrimas salgadas e límpidas encheram as janelas da alma e vieram diversas vezes a face na hora da despedida diária quando encerrava o curto tempo de visita.
Foram momentos de apreensão, expectativa, ansiedade e o mais doloroso, foram momentos de reviver lembranças que nos remetem a saudade de alguém que partiu.
O cheiro de éter, os jalecos de cores diversas, os corredores longos, o barulho das rodas das macas passando não nos trazia medo, nos trazia preocupação, passar pelo mesmo processo tudo de novo? O que mais deveria ser aprendido? Com muita fé em Deus e em Nossa Sra Aparecida tudo foi devidamente esquematizado, a quantidade de dias, as horas esperadas, o sacrifício do ir e vir e administrar o tempo,   fomos preparados para enfrentar mais uma delicada etapa com muita parcimônia, dividindo, compartilhando e principalmente emanando amor.
Em um breve momento, em um repentina hora chegou o dia, era no horário do almoço, dia de resoluções de problemas, tarde de calor e sol forte, mudanças, a correria, o desconforto da ambulância, a sirene e a internação. Foram 24horas de muito medo e de incertezas, palavras de conforto e orações fizeram parte da nossa semana.
Amanheceu o dia, a impaciência tentava me dominar, a vontade de estar perto dilacerava o meu eu interior, lutava contra o tempo, paramos, fizemos uma oração e entregamos na mão de Deus a liderança da equipe medica.
Percebi sua presença e daqueles que o acompanhava, sabia que meu pai não estava sozinho, senti sua luz.
Sem notícias e com uma esperança enorme, aguardamos, passaram-se horas eternas, até que no meio da tarde surgi o iluminado, com a voz mansa, um rosto cansado e um sorriso leve no rosto, nos chamou no canto, tirou o celular e nos mostrou o que foi feito, víamos as artérias bombear o sangue, o coração pulsava em um ritmo acelerado e a palavra que nos fez derramar em lágrimas, foi: SUCESSO
Demorou mais 40 minutos, que no meu relógio pareciam horas, abre-se a sala de cirurgia e surge ele, meu pai, homem bom que se fez grande com as jornadas da vida e os leões do percurso.
Aguardamos mais umas "décadas" até poder ver-lo acordar, abrir os olhos ainda atordoado, mas com a certeza em que nenhum momento ele fora abandonado por ti e que ao seu lado uma equipe de luz ainda operava em prol de sua saúde, emocionante o choro que rasgava meu peito.
Sou grata por tudo pelos momentos intensos que estou vivendo desde as minhas primaveras.
Ver-lo bem, lutando pela recuperação é no mínimo valioso. Nosso corpo não é nada diante do que somos capazes de ser. Fé é a palavra de força nesse momento....

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

UTI de amor ao próximo aos seus e aos meus


 Foto: Carla Palmeira

Em meio a multidão, sozinha.

Onde tem festa, bebida e comida de todos os tipos, eles estão lá.

Gargalhadas, conversa fiada, muito barulho por nada, cada um com o seus, cada qual com as suas, um cartão de crédito em uso e o reino do "eu na noite".

Cenas repetidas nos aniversários, nos finais de semana e nos encontros. Nem tudo que é festa é feliz, interesses rolam e desenrolam e eu de espectadora fico triste com tanta falsidade e egoísmo. O ser humano está a cada dia mais desumano.

O que vejo é simples, uma mulher guerreira que apenas deseja ir em lugares diferentes em que o dinheiro menos importe, que o amor e o respeito seja o seu forte e que a família que formou seja o seu orgulho. Lugares que te proporcione sorrisos verdadeiros, novidades culturais e experiências inesquecíveis, para que a bagagem de partida seja leve e prazerosa. Mas não contamos com a fragilidade da nossa matéria, o corpo nada mais é que nossa materialização de energia, uma matéria frágil que nos prega peças e nos mostrar o quanto somos dependentes uns aos outros.

Castelo de areia, onda levou e o que restou foi a fé e poucos ao seu redor, superei meus traumas, lembranças e mais uma vez volto aqui,  neste espaço intranquilo no meu ser e sereno no passar, superando-me e fazendo os que os poucos de sangue poderiam fazer.

Triste pensar que o normal é estarmos sozinhos com nossas crenças e quando mais precisamos de ajuda dos nossos, vejo desmoronar como uma pirâmide de cartas defronte ao ventilador.

Voltando a escrever e infelizmente com pensamentos de desabafo por pensar que mesmo que haja remédio para as pessoas o tratamento será intensivo. Encerro o dia de hoje desejando que todos desfrutem de uma UTI de amor ao próximo.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014