Apareceu no final da tarde
Veio acompanhado e conforme fora acordado
o levou
Beijei-o e me despedi, com a certeza de ver-lo antes do Reveillon
Subia os longos degraus que me levava até minha casa, quando uma voz corta o silêncio da saudade:
- Carlaaaaa!
O coração disparou, apertou, algo acontecia e na minha cabeça apenas um pergunta...
“O que houve desta vez?”
Retornei e abri o portão
Defronte a ele aguardei pacientemente o que queria me dizer, e ao começar a falar foi como se eu tivesse no exato momento em que a Bomba em Hiroshima explodiu
Natal, 25 de Dezembro de 2009, às 17h00, a mensagem chega rasgando meu coração ao meio
- Tenho direito da metade das férias escolares e estarei levando-o, ele retornará no dia 04/01/2010...havia esquecido de te informar...
- Esquecido?! Como assim?! Essas coisas não esquecem...
Subitamente enlouqueci, bati o portão desejando ter batido nele, subi as escadas pisando cada degrau tentando esmagar aquele sofrimento, os olhos vermelhos de tanto ódio não enxergava mais nada em minha frente, as lágrimas escorriam no intuito de abrandar a dor que sentia
Era em vão
Precisava de um banho gelado
E no meio do caminho descarreguei todo aquele sentimento na porta do quarto
Ganhei mais uma dor, uma dor física, machuquei a mão e mesmo assim não aliviou a raiva em que eu era consumida.
Perdi o chão, o céu caiu
Desmoronaram os meus pilares, nos juntamos e saímos para aliviar a cabeça, alugar filmes
Eu não conseguia parar de chorar e a cada vez que aquela cena vem a minha mente
De imediato as lágrimas escorrem pelo rosto
O que mais dói é que um dia eu o amei, um dia eu o escolhi e escolhi a vida que queria viver, enfrentei grandes tristezas, colecionei mágoas, afastei-me de tudo e de todos, saí dessa relação sozinha, ou melhor, apenas com o meu pequeno e você está bem, confortavelmente na sua posição de “bom moço” e mesmo assim o que vejo e o que sinto é que tudo isso que estais a fazer, cada ação que vem de você, é na intenção de me atingir, esquecendo apenas que esta criança maravilhosa sofre quando isso acontece e que infelizmente pela pouca idade o direito de escolha não são considerados, ficamos a decidir o seu destino.
Isso é injusto!
Tomarei outros caminhos
Tornarei-me uma pessoa que não almejo e que tenho ojeriza, mais foi sua escolha, foi seu desejo e que assim seja.
Um comentário:
prima,nem imagino essa dor,pois nunca fiquei um dia sequer sem a minha pequena.Conte comigo para o que precisar,mas ele é pai e precisa dar essa convivência a PH,mesmo que um dia ele decida que não quer mais ver o pai...Mas ele terá que saber discernir primeiro,por enquanto...
te amo.cau
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