sexta-feira, 10 de abril de 2009

Dia corrido

Quero calar-me.
A concentração e a distração travam uma batalha por uma reino.
Os pensamentos respiram! Bloqueam o que devo fazer.
Lágrimas de desespero escorrem sobre uma face cansada de viver.
Calma! É o que eu mais preciso.
Alguem surge com passadas largas na neblina dos corredores gelados, o silêncio do dia quebra-se no tilintar das chaves
É o carcereiro!
Aqui a lei é soberana. Sobrevive o mais forte.
Escolhas certas ou erradas trouxe-me para alem das muralhas de pedras, aprisionando-me.
O mundo gira e posiciona cada coisa em seu devido lugar, mais fico aqui, cercada, cada passo dentro desta cela é vigiado, supervisionado. Estou sozinha, ele não conversa, está bem orientado, servindo o seu chefe, cala-se!
Passam semanas de aflição, meu estado emocional é abalado, o cansaço começa a ser refletido no meu corpo, liberada para o banho de Sol, eu corro, ouço as notícias do dia, respiro um pouco do ar não viciado, imagino atravessar avenidas, subir íngrimes ladeiras e finalmente chegar numa bela praça.
- O tempo acabou!
Aquela voz ecoava dentro dos meus pensamentos.
Retorno para o mesmo espaço frio, escuro e rodeado de paredes, eu e minhas palavras ao vento.
Levanto, olho para as minhas mãos refletidas no espelho d'água que a chuva formou, elas ainda estão jovens,
Neste momento estão entregues?
Vou mudar de posição, não tenho o que ele quer mais posso negociar, visto a minha aramadura e nas minhas mãos seguro a "decisão", melhor arma que tenho desde aquela primavera de 2008.
Espero pelo homem que possui a minha liberdade, ele ainda não sabe, vou comprá-la.
Agora estou pensando em você, não me pergunte porque. Me acalmo! Consigo ver o sorriso do meu filho, notas soltas formam uma linda canção, posso sentir o vento no meu rosto, abro os olhos e ainda estou aqui.
Eu Espero!
A porta encontra-se trancada e o homem de passadas largas não veio desta vez.
Me desespero!
Sei que minha angústia está chegando ao fim, o ar enche aos poucos de esperança o meu pulmão.
Vai passar!
Meus olhos secam, no rosto restam as marcas das lágrimas que rolaram a pouco e agora eu posso ver ao longe um sorriso perdido, a procura de uma boca amordaçada pela tristeza.
A esperança ao longe acena um Adeus sem até breve para a Angústia que se afasta em passos lentos quase imperceptíveis.
- Adeus sem até breve!
Digo quase sem força para acenar.
- Adeus!

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