Foto: Ade_Zeus
Adoro quando me perguntam o que cada desenho gravado em diferentes partes do meu corpo significam para mim.
Gosto de "filosofar" sobre o "por quê" de cada detalhe da minha vida, para aqueles que desejam ouvir, pois cada ciclo vivido é recheado de aprendizado e consequentemente crescimento pessoal.
Lembro-me bem que eu era diferente desde criança, não me achava especial por isso, hoje tenho outra ideia, sempre menosprezei meu potencial, mas tenho melhorado bastante (risos).
Para uma criança de 7 anos os desenhos da Disney eram tudo, naquela época, para mim também, porém muito melhor eram os filmes clássicos em preto e branco ou os musicais, poderia citar infinidades de filmes que amava, mais o papo hoje não é esse, fica para a próxima...
Bom, pulemos para os meus 15 anos, debutante rock in roll (risos), totalmente rebelde, sem festinha com valsa, sem sapato de salto e sem vestido rosa, totalmente de preto, algumas mechas azul no cabelo, um coturno para completar o estilo e minha linda avó pedindo que eu colocasse uma roupinha mais clara...tsc tsc tadinha! A única coisa que eu queria de presente era a autorização dos meus pais para minha primeira tatuagem...não consegui, nem fazendo a carinha do gato de botas.
Esperei três longos anos, mas valeu a pena, aos 18 anos passei por uma experiência extraordinária de autoconhecimento, reclusa durante 7 dias pude reviver e trabalhar os meus pesadelos e quando voltei desta viagem fiz a primeira tatoo, um ideograma japonês que significa uma etapa no meu crescimento, CORAGEM. Quando ouvi a maquininha zunindo perto do meu ouvido, tive a certeza que pelo menos mais algumas viriam completar minha coleção de arte.
Quando meu irmão viu, enlouqueceu, queria uma também, eu cheguei a desenhar para que ele fizesse, eram asas de um anjo em tribal, infelizmente ele não chegou a fazer, foi embora antes, demorei mais sete anos para poder fazer a segunda tattoo e já tinha em mente o que eu queria, dois anos após a sua partida ganhei um presente, meu filho, aí só tive a certeza de que o desenho era perfeito para os dois, tatuei um ANJO.
Passaram-se alguns anos e resolvi trazer algo que começava a florescer em mim, a Deusa a quem eu sempre segui, a que eu inconscientemente saudava todas as noites, a Deusa que me inspira até hoje em grandes dificuldades, tatuei a DEUSA DA LUA CRESCENTE, Diana, a guerreira, a caçadora e que ao mesmo tempo, consegue ter a beleza delicada e serena.
Devido algumas transformações decisivas na minha história, sentia a necessidade de fechar um ciclo. Gritar palavras não fariam os mesmos efeitos do que suportar a dor de transformá-la em imagem, ressurgindo das cinzas, começo a parte de um dos desenhos mais representativo neste momento, a FÊNIX...
E assim são os ciclos, sempre ímpar, pois o par é a perfeição e o perfeito é a nossa eterna busca, ou seja, virá mais uma, não sei quando, não sei como e nem sei o que...