sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Uma carta



Caminhei na areia da praia procurando por ti, vi a marca de seus passos direcionando-se para o oceano, e ao levantar o olhar para o horizonte vi sua carta boiando dentro daquela garrafa cristalina que bebemos na noite passada.
Meu coração acelerou, sabia que tratava-se de mais uma despedida, que por mais que parecesse definitivo você não permitiria tal suicídio.
Na carta dizia:
"Cara menina mulher de olhos negros que brilha ao amar,
Já não circula sangue em minhas veias e as borboleta...ah! as borboletas!
Elas escaparam no ultimo suspiro em que dei
A luz do dia não me incomoda e sabe porquê? Porque minhas pupilas estão sem dilatar, mesmo estando em repouso na minha concha, onde a claridade é quase inexistente.
Deixa estar como estar belos olhos negros, pois eu me perdi para não te encontrar
Negue a esperança de me ver diferente, pois estou diante de ti confessando meu desamor, escolhi a solitude por um tempo.
Sou por mim, carrego mistérios de assuntos incompreensíveis para meros mortais, posso, por muitas vezes, sentir o que sentes independente da distância, posso perceber grandes sinais ao longo do dia ou em meus sonhos, posso fingir não entender para ser menos do que sou e você compreender sem medo.
E assim estou! Dentro da concha, perdida em meio ao mar de possibilidades que me rondam e as únicas palavras que consigo dizer neste momento é o meu singelo: até breve! "

E nesse simples "Até breve!" despediu-se...

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