terça-feira, 6 de julho de 2010

Por que sinto-me segura aqui?



Já fiz essa pergunta diversas vezes, é impressionante como o ser humano procura um "porto seguro" para fincar o passado e construir o presente pensando no futuro.

Quando estou triste ou irremediavelmente feliz, quando a melancolia consegue ultrapassar o meu esforço de evitá-la, quando quero pensar em algo ou quando me perco, é aqui que consigo me encontrar, é aqui que na minha introspecção tenho acesso livre sem precisar de credencial para validar a minha passagem.

Daqui de cima a energia que circula é sensacional, o mantra entoado pelas ondas que acariciam as pedras na praia, o Sol que se apaga no horizonte, o céu multicolorido saturado de tons quentes no entardecer, os casais compartilhando seus sentimentos em um sorriso, em um beijo, em um carinho ou notavelmente em um olhar, conseguem despertar em mim a crença diária que ainda existe o amor.

O dia mais uma vez despede-se, o vento frio do mês de Julho bagunça meu cabelo e ao mesmo tempo acaricia meu rosto envolvendo-me em um aconchego maternal e sinto-me tão a vontade em transpor minha miscelânea de sensações íntimas que fico sentada apenas observando.

E digo mais, o que me traz aqui diariamente em um curto espaço de tempo que tenho, é apenas a contemplação dos dias passando. Com um caderno em branco coloco-me a pensar que muita coisa mudou, que por mais que eu seja a menina de olhos negros, a pérola da concha, eu admito que mudei.

Queridos companheiros de jornada, as estradas são tortuosas, por muitas vezes o acostamento não existe, as sinalizações foram cobertas pelo avanço da mata, mas o gostoso e divertido dessa viagem é descobrir novos caminhos quando paro para contemplar o que de belo a vida pode me oferecer.

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