quarta-feira, 12 de maio de 2010

Perto de lá



Ao entardecer eu vi uma mulher dirigindo-se ao seu carro sem um destino traçado, girou a chave pesada cheia de "pinduricalho" colorido que relembrava a sua pré adolescência, acendeu um cigarro e enquanto era consumido pelas chamas a sua cabeça viajava, vagava por um túnel de informações e preocupações, repensava sobre sua vida e no caminho, a ideia de procurar um lugar que aconchegasse suas memórias e indagações tornava-se meta
No rádio uma música leve descrevia, "coincididamente", o seu estado de espírito
Aportou seu barco de ideias, desceu em terra firme mesmo cambaleando, como se houvesse andado pela primeira vez, sentou em meio uma multidão sozinha e ali esperou o tempo passar e pelos dedos o tempo escorria em areia, pelos pés o equilíbrio esvaia e pela mente...flutuou, fora roubada nas asas de uma borboleta verde que brincava com o vento

ia >>>>
<<<< vinha

O sol amarelo perdia sua cor para o laranja,
o calor dava lugar a uma leve brisa

Hora de voltar e com ela foi o carro, os pensamentos, a chave cheia de "pinduricalhos" e a esperança, fiquei aqui só a observar, olhando no espelho e vendo tudo passar.

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