sábado, 17 de abril de 2010

Amanhã são 8 anos



Amanhã é o aniversário da minha preciosidade
Lembro-me que a 8 anos atrás não sentia nenhuma dor, somente aflição, pois recebia o resultado da ultima ultra som informando que naquele momento eu precisava me preparar para internação, aos 8 meses de gestação eu não passava alimento para ele
Qual foi a causa? Ah! Uma simples picada de um inseto que faz um estrago grande, Dengue...
Ao final dos 7 meses eu fui convidada para ir a um casamento em Busca Vida, diga-se de passagem, foi um dos casamentos mais bonitos que presenciei, no dia seguinte, eu não conseguia levantar da cama, dores por todo o corpo e febre alta, chorei muito de desespero, tive medo de perdê-lo, então, imediatamente fui ao médico, foi constatado que eu estava de Dengue, devidamente medicada eu não levantava da cama, era horrível, depois que passou nenhum médico avisou ou poderia supor de que isso afetaria a minha gravidez, aos 8 meses tive uma perda considerável de liquido e fui fazer exame, foi aí que constataram:
- Mãe, você tem que se internar amanhã, urgente, pois não está passando alimento para seu bebê
Desesperada e tentando manter a calma me direcionei ao trabalho e no caminho fazia as devidas ligações (obstetra, hospital, parentes...).
No fim do expediente fui para casa, terminei de arrumar as coisas e fui tentar dormir, a ansiedade e o medo tomavam conta de mim naquela noite.
Quando amanheceu o dia fui ao hospital, em jejum fui colocada no soro, pessoas entravam e saiam do quarto, era muito constrangedor.
No final da tarde fui encaminhada a sala de cirurgia, sozinha, ninguém podia entrar, pois a sala era pequena, os minutos que antecedem a cirurgia são os mais agoniantes, o anestesista falou: -Deita em forma fetal. ((como posso deitar desta maneira com uma barriga enorme e que por acaso, só por acaso tem um bebê dentro?)), ok! Ai que dor! Só de pensar sinto a agulha penetrando minha coluna, sinto o liquido percorrer até minha pernas, parte do corpo adormecido, mãos amarradas, uma de cada lado, oxigênio, toquinha e aquele pano azul na minha frente, o anestesista ficou comigo o tempo todo, fazia carinho no meu rosto, segurava minha mão e conversava, perguntou se eu queria que ele descrevesse todos os procedimentos até o nascimento, e é claro que eu balancei a cabeça dizendo um sim bem grande, então começou, ele perguntou se eu sentia o que faziam, e é claro que senti, mais eu não sentia dor (ainda bem!), cortando, primeira tentativa de puxar, opa! para tudo! o pequeno Paulo Henrique está com a mão na cabeça (será que ele estava preocupado desde aquele momento? rsrsrs), antes mesmo que eu pudesse prever a doida da obstetra sobe em mim para poder fazer força para poder tirar ele sem prender o braço, silêncio...movimento na sala, um choro desesperador e ele junto a mim, chorei, chorei de emoção, depois não o vi mais, a anestesia foi me deixando bem "lerda", uma sensação de que eu estava altamente bêbada e drogada, recebi os pontos da cesária, fui transferida para a maca e me levaram para o quarto, no meio do caminho eu via minha mãe, minhas amigas irmãs (DiVa_MaLuCa), duendes, fadas, tudo colorido demais e apaguei.
No dia seguinte ao acordar fui proibida de falar (imagina só, eu, doida para contar tudo e não poder falar era impossível), as horas foram passando e nada do meu filho, comecei a ficar nervosa, tentavam me esconder o que acontecia e o nervosismo foi aumentando, fui impedida de dar a primeira mamada para ele, infelizmente ele havia engolido liquido amniotico e assim ficou em observação na UTI neo natal, quando pude vê-lo fiquei aflita, estava quietinho, com uma sonda, oxigênio, luz e um óculos improvisado, diariamente eu ia ao hospital visitá-lo e doar leite, pois não haviam dado alta para ele, eu sussurrava pertinho, conversava muito sobre o que o aguardava e pedia aos deuses que o protegesse.
Dez longos dias se passaram e então eu pude amamentá-lo e levá-lo para casa, acordava cedinho para tomar sol, de 3 em 3 horas ele mamava, trocava a fralda, e no intervalo eu tinha que tomar mingau de tudo que é tipo, tomar cerveja preta, muita água e fruta, confesso que me sentia um animal de engorda sendo alimentada para o abate (rsrsrsrsrs)
Pois é...8 anos se passaram e hoje ele está um rapaz, inteligente, sadio, companheiro, educado e super carinhoso, constrói coisas, luta capoeira, nada, mergulha e tem uma energia inesgotável.
Hoje, tudo o que desejo é que ele continue assim e seja um adulto sensacional.
Parabéns meu princípe ariano! Que os anjos iluminem sabiamente os seus passos.

4 comentários:

Cau disse...

Prima, que coisa mais linda!
Manda um bj bem gostoso p ele, viu?Passa muito rápido, nem me fale! Só de pensar, ai!
amo vcs. bj enorme. Cau

Mariana Chetto disse...

É realmente incrível as 'coincidências' de nossas vidas... João também ficou exatos dez dias na UTI neo natal. Cada hora a gente descobre mais, né amiga? Não sabia que vc tinha passado por esta experiência tão dolorosa...
Amo vc cada vez mais... Ah! Manda um mega beijo para Paulinho!

Milena Lisboa disse...

Emocionante saborear cada palavra desse relato... Lindo demais!! Bjos no pequeno!!

Drix disse...

Ain chorar em pleno feriado de Tiradentes é de se enforcar ne??? Odeio-te (mentira..amo-te) Vou ali secar lágrimas..essas histórias de mães me pegam pelo pé...fui...bico...