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Em poucos minutos voltei a falar com aquela intrigante menina de olhos negros, percebi suas presença quando seguia o mesmo caminho de sempre.
Estava distraída, cabisbaixa e consumida por pensamentos, quando tive a sensação de ser seguida, de que alguém espreitava os meus passos, apressei-me e lá estava ela.
Lembro-me que em um passado recente escutei tantas vezes sua lamurias e que deixou-me pensativa em noites solitárias. Agora, o silêncio que me pertenceu nos instantes que a escutava alimentou-se da minha fome e tirou-me o apetite para as delicias que eu carregava, demorei a me recompor, parti encaixando os fatos e tentando encarar, ergui a cabeça, parei e no horizonte o sol se derramava no céu, mostrando que o hoje iria se findar e o que era para ser mudado havia se tornado passado.
A bela menina de olhos negros não continuou, partiu mais uma vez sem eu perceber e assim eu segui, sentei uns instantes antes de retornar ao trabalho, as delícias que eu carregava estavam salgadas, talvez pela falta de vontade de apreciá-las ou por ter sido apertada pela tristeza da impotência e pela certeza de que o "eu" sempre virá na frente de tudo, independente do que sua imagem represente para o outro, questionei algumas palavras ditas e senti a dor de ter sido flechada, mas agora já havia passado, silenciei-me mais uma vez e mentalmente avaliei, quando alguns fatos insistem em se repetir é porque está na hora de rever e fazer tudo diferente. Resta saber quando, como e se vale a pena.
Tenho sonhos, tenho desejos, tenho ainda força de vontade, apesar dos tropeços e das rasteiras consigo me levantar e persistir e assim prosseguir nesta jornada, posso ter parado para respirar ou ter voltado atrás pois a outra estrada parecia mais segura, mas desistir está fora de cogitação.
Hoje quero estar silenciosa, sem meias palavras ou se quer palavras inteiras, apenas na racionalidade para encontrar as soluções e segui algum caminho...