domingo, 5 de setembro de 2010

Sou diferente e ponto!

Foto: Google imagens


A cada dia me reconheço um pouco mais, deixo de ser hipócrita para realmente acreditar e aceitar que sou diferente.

Gargalhadas pausam meus pensamentos quando relato isso, pois da minha mente vem as imagens mais loucas e alucinantes do que é ser fora do comum, dedos a mais, olho na testa, braços extras, entre outras insanidades. Bom, voltando ao confessionário, sei que a razão me pertence em poucos momentos, mas a emoção é pura e intensa, e por esse motivo dissolvo em amor, diluo em lágrimas, transpiro raiva quando tenho motivo, arranho a garganta nos gritos engasgados e brilho em sorriso.

Ai caramba! Eu sou assim e isso não me incomoda, pelo menos hoje em dia (risos). Sei que assusto e sinceramente não sei em que ponto faço isso, é uma ação inconsciente e desprentesiosa. Convivo com essa miscelânea de reações, mas me permito desacostumar diariamente, desprogramando os medos que aparecem quando tudo é indicação de um "déjà vu".

É difícil encontrar alguém que seja desprendido de possessividade, é difícil encontrar alguém que possa perdoar no coração os erros, é difícil encontrar alguém que sinta uma inveja não prejudicial, é difícil encontrar alguém que te apoie em todos os sentidos, é difícil encontrar alguém que pense no coletivo. Não sou perfeita e nem possuo todas as qualidade 100% do tempo, sou um ser humano e nesta classificação eu erro, tenho sentimentos ruins também, somos o Yang e o Ying e um só corpo, às vezes no equilíbrio, onde tento me manter a maior parte do tempo e às vezes descompensados (risos).

É isso! Repito que sou imperfeita, pois gosto desta posição, desagradar de vez em quando é muito bom, decepções existem para podermos encarar a realidade de termos defeitos e assim lapidamos para encontrarmos a beleza de ser somente essência e enquanto eu acreditar nas pessoas, apostarei, porque vale a pena.

Sou diferente e ponto!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A própria arte

Foto: Google imagens

Respiro inspiração e expiro palavras
Desenho desejos e sorrio paixão
Enxergo o colorido de Monet em tons pastéis quando a tarde cai
Ouço a composição de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli quando "o barquinho" ronca em alto mar
Vejo as figuras de Caribé que acenam do alto do farol, dançando contra luz entre um vendendor de coco e um transeunte baiano tilintando os seus colares

Sinto o cheiro do mar na mistura do aroma do acarajé
Sinto a vontade de cantarolar no batuque da capoeira
Sinto vontade de sumir nesta imensidão do mar e nela dissolver em amor para nunca mais voltar

E a cada minuto que o astro rei despede-se do hoje para despertar amanhã, nunca do mesmo jeito, sempre diferente, mas da mesma maneira, consigo despertar sensações e me pego a pensar por quantas vezes estive aqui, por quantas vezes sento neste mesmo lugar e olho o horizonte, como se todos os dias fosse uma despedida sem fim

Não me vejo impossibilitada de ver o mar
Não me vejo sem poder sentir o seu cheiro
Não me vejo sem ao menos banhar em ti e me perder em suas águas

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Quando



Foto: Carla Palmeira


Quando se tem muito a dizer e as palavras não conseguem se organizar
Quando um sorriso tímido nasce no canto dos lábios e cresce por um único pensamento
Quando uma melodia toca tão fundo que parece despertar as borboletas adormecidas no estômago
Quando tudo torna-se colorido e é perceptível as linhas perfeitas do arco íris
Quando o olhar se perde no horizonte e segue o pôr do sol
Quando o tempo se arrasta só para "sacanear" o desejo de ter e ser
Quando e só por um momento, adormeço pensando
Posso ter a certeza que vale a pena, só pelo simples fato de poder ter o prazer de sentir tudo de novo de forma diferente
De cores vivas
De melodias ricas e rimas pobres ou vice versa
De arte ou de diversão
De amadurecer ou se infantilizar
De poder calar e apenas observar
De sentir e vibrar
De ouvir e sorrir
De curtir e esperar e calmamente colocar os passos em ordem, sem planejar, sem pensar no que será
Somente desejar

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cada arte guarda o segredo de sua existência

Foto: Ade_Zeus

Adoro quando me perguntam o que cada desenho gravado em diferentes partes do meu corpo significam para mim.

Gosto de "filosofar" sobre o "por quê" de cada detalhe da minha vida, para aqueles que desejam ouvir, pois cada ciclo vivido é recheado de aprendizado e consequentemente crescimento pessoal.

Lembro-me bem que eu era diferente desde criança, não me achava especial por isso, hoje tenho outra ideia, sempre menosprezei meu potencial, mas tenho melhorado bastante (risos).

Para uma criança de 7 anos os desenhos da Disney eram tudo, naquela época, para mim também, porém muito melhor eram os filmes clássicos em preto e branco ou os musicais, poderia citar infinidades de filmes que amava, mais o papo hoje não é esse, fica para a próxima...

Bom, pulemos para os meus 15 anos, debutante rock in roll (risos), totalmente rebelde, sem festinha com valsa, sem sapato de salto e sem vestido rosa, totalmente de preto, algumas mechas azul no cabelo, um coturno para completar o estilo e minha linda avó pedindo que eu colocasse uma roupinha mais clara...tsc tsc tadinha! A única coisa que eu queria de presente era a autorização dos meus pais para minha primeira tatuagem...não consegui, nem fazendo a carinha do gato de botas.

Esperei três longos anos, mas valeu a pena, aos 18 anos passei por uma experiência extraordinária de autoconhecimento, reclusa durante 7 dias pude reviver e trabalhar os meus pesadelos e quando voltei desta viagem fiz a primeira tatoo, um ideograma japonês que significa uma etapa no meu crescimento, CORAGEM. Quando ouvi a maquininha zunindo perto do meu ouvido, tive a certeza que pelo menos mais algumas viriam completar minha coleção de arte.

Quando meu irmão viu, enlouqueceu, queria uma também, eu cheguei a desenhar para que ele fizesse, eram asas de um anjo em tribal, infelizmente ele não chegou a fazer, foi embora antes, demorei mais sete anos para poder fazer a segunda tattoo e já tinha em mente o que eu queria, dois anos após a sua partida ganhei um presente, meu filho, aí só tive a certeza de que o desenho era perfeito para os dois, tatuei um ANJO.

Passaram-se alguns anos e resolvi trazer algo que começava a florescer em mim, a Deusa a quem eu sempre segui, a que eu inconscientemente saudava todas as noites, a Deusa que me inspira até hoje em grandes dificuldades, tatuei a DEUSA DA LUA CRESCENTE, Diana, a guerreira, a caçadora e que ao mesmo tempo, consegue ter a beleza delicada e serena.

Devido algumas transformações decisivas na minha história, sentia a necessidade de fechar um ciclo. Gritar palavras não fariam os mesmos efeitos do que suportar a dor de transformá-la em imagem, ressurgindo das cinzas, começo a parte de um dos desenhos mais representativo neste momento, a FÊNIX...

E assim são os ciclos, sempre ímpar, pois o par é a perfeição e o perfeito é a nossa eterna busca, ou seja, virá mais uma, não sei quando, não sei como e nem sei o que...





domingo, 15 de agosto de 2010

Em queda livre

Foto: Google imagens


Sem nenhuma instrução entrei naquele avião bimotor, o barulho ensurdecedor fez com que eu ouvisse apenas o que ocorria dentro de mim.

Coração acelerado, respiração ofegante, vontade de falar milhões de coisas, a expectativa de que tudo dê certo e uma interrogação enorme de como saber, se a etapa do treinamento eu faltei? Será um pulo sem instrutor, nos filmes parece fácil, as imagens vão e voltam e junto, o monstrinho "medo" tenta boicotar a velocidade dos acontecimentos, induzindo a arrumar a mochila diversas vezes.

Pronto! O avião decolou, não há volta, para chegar a terra firme novamente somente pulando. Tanque cheio e o avião sobrevoava o mar, uma imensidão entre o verde e o azul, enigmática e que ao mesmo tempo transmitia paz, o céu claro embelezava qualquer dia cinza e sentada, eu aguardava o comando, dentro do avião, somente eu e o piloto.

Em alguns momentos o piloto desligava os motores para sentir a adrenalina de planar em silêncio, agarrada a porta do avião, não racionalizei, me joguei em queda livre.

Sinto a pressão, os ouvidos tampados, o coração acelerado, o sangue correndo nas minhas veias, o passado em preto e branco projetado diante de mim e a sensação gostosa de estar voando.

O relógio marca o tempo, e o que parece uma eternidade corre em segundos muito mais rápido.

Estou em queda livre, me avise se devo puxar a corda, e só assim deixo de cair para começar a planar...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Quando se tem o que contar

Foto: Sonia Nepo

Viver

Ter a sabedoria de envelhecer, a beleza das linhas que contornam seu rosto, a alegria de superar as dores, a descoberta de si a cada etapa é uma dádiva.

Saber aproveitar os momentos, agradecer diariamente por estar vivo e fazer do dia o melhor que possa ter.

Queridas "meninas de Lucinha" a satisfação de registrá-las e eternizá-las em uma foto, de mostrar que são belas na plenitude da vida me engrandece como pessoa, me realiza como espírito, me satisfaz como alma e me enobrece, a emoção de conhecer cada história, de saber dos seus medos, dos seus desejos, das suas frustrações, das suas alegrias, coloca-me em um patamar de pessoa privilegiada em poder ter ouvidos sadios para escutá-las.

Obrigada por existirem em minha vida...