segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Morfeu foi embora

Foto: Carla Palmeira


No meio da noite, a meia noite, o vento sopra na janela queimando em brasa e consumindo meus pensamentos.

Não sinto culpa, mas sinto angustia, a solidão fugiu com medo de mim e eu me perdi.

O silêncio da rua aflige o meu ser, olhos vão ao céu e entre nuvens o brilho partiu, as respostas sumiram, apenas a melodia sem ritmo e a linha tênue e constante do ventilador acompanha o emaranhado de decisões indecisas.

Tontura

Tortura!

Sinto falta! Posso ser capaz de entender os corações solitários, mas o meu solitário coração é incompreensível.

A sede de viver plenamente não cabe em uma garrafa de água, a sede determina a intensidade e a duvida que me acompanha nesta jornada.

Desvencilhar de ambiguidades é quase impossível, aceito ser ferida e sangrar em tristeza, pois tenho coagulantes que cicatrizam sem levar ao óbito, possuo o controle sobre mim e deixo desaguar o salgado gosto das lágrimas, mas não tenho o controle de curar corações partidos.

Rolo na cama, procuro seus braços para assim me entregar em sono profundo e logo hoje você se foi. Acredito que poderá estar por aí disposto a abraçar corpos que se rendem ao fascínio de adormecer.

Tentarei, pois é o que tenho feito.

Boa noite corações solitários e aflitos assim como eu.

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