segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Feliz Dia das Crianças!


Leilão de Jardim - Cecília Meireles

Quem me compra um jardim com flores?

borboletas de muitas cores,

lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?

Quem me compra este caracol?

Quem me compra um raio
de sol?

Um lagarto entre o muro e a hera,

uma estátua da Primavera?

Quem me compra este formigueiro?

E este sapo, que é jardineiro?

E a cigarra e a sua
canção?

E o grilinho dentro
do chão?

(Este é meu leilão!)

"Penso que para alguns, por muitas vezes, a doçura endurece ao passar dos anos, não pela idade que completamos ou pelas rugas que ganhamos, mas pelas mágoas que vivemos ou por dores que sentimos." (Carla Palmeira)

sábado, 9 de outubro de 2010

Percepções - Nova

Hoje, inauguro um novo ciclo, hora de escolher o que plantar para semear posteriormente, novos ciclos e diversas mudanças, do pó virei a tona e farei tudo diferente, nenhuma decisão a ser tomada, porem muitos planos, ideias que vão se desenvolvendo no imaginário e ainda não são um fato real.

A calma preencheu meus dias, o desprendimento de muitas coisas vinheram a tona, conversas em um café me fez repensar neste momento e nas oportunidades que estão sendo mostradas, no valor que tenho e que evito enxergar, nas palavras que ouço e que não me faz bem e mesmo assim as ouço, na certeza que energéticamente podemos ter irmãos de vibrações intensas e na mesma harmonia.
O dia de hoje surpreendeu, ouvi palavras por telefone que não esperava e estas sim me fizeram sorrir, ser importante para alguém que nunca imaginei, resumindo, estou lisonjeada...


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Percepções - Minguante

É incrível a influência da Lua, vivo suas fases intensamente.
Quando estamos minguante vejo a possibilidade de expurgar o que incomoda, tiro a poeira, arrumo a cabeça e vejo o lixo encher. Ao fim deste ciclo de sete dias fecho o saco e traço o seu destino na possibilidade de encerrar e firmar o que eu
não quero.

Essa semana algo explodiu dentro de mim, falei tão alto o que estava engasgado na garganta que chegou a abalar algumas estruturas, foi um grito pela liberdade, foi um grito de dor pelo peso que carrego e como todo grito ecoado restou o silêncio e a reclusão. Estou prestes a entrar em auto combustão, procuro minha pira funerária e nela transformarei-me em cinzas...



domingo, 3 de outubro de 2010

Ontem recebi uma mensagem e a angustia tomou conta de mim...quem é você?

Desenho: Carla Palmeira


Não é um dom, mas as imagens e as palavras surgem como projeções na solidão dos pensamentos. O lápis torna-se tradutor de tanta sensibilidade que transborda do tanque de emoções, a música dá o tom dos movimentos desta dança sem par, pois no extremo consigo externalizar através da arte que habita em mim.

Neste momento calo-me diante de tanta energia emanada, sinto as mãos tremulas de tal forma que não reconheço minha letra, o sangue em meu corpo corre devagar e as pontas dos dedos vão ficando geladas, a visão embaçada me traz simultâneamente visões de mundos diferentes. Posso ver o tempo correr.
Um enjoo momentâneo traz o gosto de sangue a boca e sem controle sob o meu corpo acelero as palavras no intuito de encerrar algo que agora está sem o menor sentido, uma pausa de alguns minutos e o telefone toca conseguindo me resgatar de um transe consciente, olho-me no espelho e não me vejo, pupilas dilatadas tento retomar ao fim do expediente e descobrir quem é você.


02.10.2010 às 17h40

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sentada em um muro a beira mar lembrei-me de uma história com significados reais, personagens fictícios, sem moral e sem final...

Foto: google imagens


Andava diariamente por aqueles mesmos bosques, floridos e árvores verdejantes, nada lhe faltava, até chegar aquela noite tempestiva quando recebera a noticia que viria abalar o seu castelo. Da janela do quarto ela olhava a estradinha sinuosa de barro que as pedras desenhavam e mesmo com todos os acontecimentos ela aguardava o relinchar de um cavalo branco anunciando a chegada daquele que a tiraria da fortaleza que construíra.

Desistiu!


Como plebeia, ela se disfarçou, e em uma aventura deixou-se levar, uma viagem longa, com carruagens quebradas, fogueira ao relento a espera de socorro, vinhos e o cheiro inebriante do fumo da caipora que os observava.

Ela não estava só...e assim persistiu, pode ser aquilo que nunca fora, descia do pedestal da perfeição para buscar o imperfeito que habitava dentro dela, acreditou que pela primeira vez seria para todo sempre.

Não foi!


Os sonhos foram se dissolvendo, os planos deixaram de ser pensados evitando frustrações e tudo fora levado de maneira que se não der certo é porque tinha que ser assim.
Depois de tantas decepções as apostas ainda são feitas, mas o cansaço tenta dominá-la, a paciência se esgota e as tentativas ficam escassas.

Convencê-la?! Dá um imenso trabalho.


Até o momento ela continua de plebeia, mas nota-se que somente na aparência ela consegue manter esse "status", pois sua gentileza está enraizada, a sua simpatia e magia dividi-se e misturam-se entre um olhar e vários sorrisos.

Todos crêem que ela costuma guardar algo especial.

Algumas vezes a vejo por aí, vagando em busca de algo, ouço rumores de que queres voltar a planejar e que frustrações fazem parte, mas felizmente ou infelizmente são apenas visões, são apenas rumores...