Em um banco de praça, sinto a caneta bailar entre meus dedos desenhando pensamentos em uma folha em branco, era um desabafo, algo que vem me sufocando nas últimas semanas, o trabalho não flui como gostaria, o desejo da resolução esmorecia com a frustração das expectativas, as lágrimas afogavam a menina dos olhos todas as vezes que começava a pensar, sem disfarces ou outras faces, não escondo o que estou a sentir, posso calar, remoer e secar o amor com a mágoa que habita o peito nesse momento. Em meu rosto reluz que algo de errado está acontecendo e em minhas palavras poéticas torno lúdico o sofrimento.
Luto para que meu sorriso não desapareça, porque sei que ele é capaz de iluminar o dia de alguém.
Desespero, ele reina em esconder-se, pois por muitas vezes sou refém da minha impotência diante doa outros, confesso que não sei me impor, sinto-me fraca, fingindo que tudo está bem e que tudo vai dar certo, sozinha tenho medo de perder o meu bem mais precioso.
O que era para ser a minha base, o meu ponto estrutural, tornou-se algo condenado, interditado pelo órgão mais poderoso, o coração, para a desocupação urgente, pois as estruturas estão abaladas e a qualquer momento virá a ruir.
Digo- lhe que em muitos momentos sinto falta de um afago, um carinho, uma palavra de conforto, credibilidade na minha capacidade, só que, depois que ele se foi tudo ficou diferente, ele era um nó que nos unia, a falta dele é um laço que nos desfez.
Choro porque se foi e hoje não tenho ninguém igual, choro por muitas vezes porque remo em acreditar que o que parecia perfeito não passa de aparência e hipocrisia, sinto inveja dos privilegiados, queria não estar aqui, queria esquecer o meu passado, queria apenas que ele estivesse comigo e então eu saberia o que fazer.