Foto: Carla Palmeira
Em uma curva desacelerei, vi a seta do velocímetro descendo bruscamente pois precisei pisar no freio.
Um susto, com o coração ainda acelerado percebi que foi um alívio, ou sorte...fazia Sol, os pássaros cantavam e o movimento na rua era ameno, já que tratava-se de 5h00 da manhã. Comigo sempre foi assim, fazer parte de uma mesma história com diferentes coadjuvantes refilmando sem remasterizar.
Ufa! Cansei!
Se os carros que são fortes e precisam de revisão a cada "alguns" mil quilômetros rodados, imaginem nós, meros mortais.
Cheguei aos meus "alguns" mil quilômetros rodados, hora de revisão, parei e não pretendo sair do pátio tão cedo.
Ledo engano!
Tenho receio de pegar pistas irregulares, blitz no meio do caminho, trajetos escuros, ruas sem sinalização, transeuntes irresponsáveis e motoristas insanos.
Com a certeza de que há alguns minutos o pátio vai fechar e inevitavelmente terei que enfrentar, então se é para sair desrespeitarei a velocidade e andarei abaixo do limite, 20 km.
Poderei dirigir calmamente, sem precisar pisar no freio bruscamente, não sentirei a brisa que poderia entrar pela janela, verei as pessoas passarem e não passarei por elas, e qualquer manobra que irei precisar fazer serão analisadas de forma cautelosa e terei tempo de decidir.
É impressionante como a cada revisão o carro volta diferente, mais seguro de si ou será que acostumamos com ele e passamos a ter domínio?
Espero que sim!
Enquanto vejo passar as imagens em meu retrovisor fico pensando em tudo isso, e o que estar a refletir torna-se presente neste exato momento, um passado que retorna toda vez que resolvo olhar para mim...