segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Relativo tempo



Quanto tempo que não volto aqui

A maré cheia
Os passos do chinelo arrastando a areia da calçada
O voo rasante dos pássaros
Os repetidos cânticos da labuta diária
Os sotaques ao vento
Os bancos solitários

Quanto tempo que não volto aqui

Os veleiros deslizam na correnteza
Os enamorados aguardam o pôr do Sol
Os consumistas de pensamentos, pensam
As cinzas caem em respostas

Há quanto tempo volto aqui

O contra luz mais fotográfico que conheço
A doce água das árvores de copas esguias
O cheiro da maresia com dendê
Poesia

Há um tempo em que volto aqui
E não volto por muito tempo

domingo, 5 de dezembro de 2010

As palavras que não falei



Faltou-me forças de transformar pensamentos em fala
Em cada olhar eu te penetrava e me misturava a ti

Derreti
Dissolvi

Me senti sua e naquele momento completa
Me embaralhei e busquei respostas
Com o delicioso pecado as horas se foram e a coragem partiu em pedaços pequenos

Parei!

As palavras tornaram-se confissões de fim de tarde, preciso lhe falar, te olhar nos olhos e dizer:
- Aconteceu!
Não resisti e me permiti
Envolvi e agora tudo mudou
Preciso ficar e você partir
No carro ouço canções que refletem meu pesar.
O sol ainda alto busca a melancolia do se pôr
Chego ao cargueiro de olhares tristes e os vejo partir a todo instante, dentro de mim um único desejo...ser mais uma passageira
Quero você na minha vida, não importa em que posição
Te deixar é uma aflição necessária
Precisa se encontrar, pois em algum lugar se perdeu e eu te permito, emito seu passe e espero que volte que seja para mim ou para outra pessoa
Um dia quem sabe o terei inteiro, assim como a música o tem
Você é especial em minha vida, ficou e me ajudou, mostrou-me que posso, que tenho confiança, que sou quem sou
Em mim despertou a pérola que adormecia empoeirada e sem brilho, você a poliu

Injustas duvidas, perigosos riscos e caras apostas

Quando a razão não tem o que fazer se mete onde não é chamada, constrói muros prendendo um coração solitário desejoso a construir pontes
E assim se fez os primeiros dias do fim de uma passagem, e no fim encontram-se começos, e no meio encontramos caminhos para iniciar tudo de novo.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Meu espelho não reflete mais

Foto: Carla Palmeira

Espelhos são reflexos das suas formas mais complexas
Sejam côncavos ou convexos
Para muitos, encará-los torna-se um tormento
Mas para mim um alento
Espelho espelho meu vejo em seus olhos tal sofrimento
Embaçado com a mudança de tempo
O choque do calor que consome seu corpo com frio da despedida
Rosas coloridas são assim, oras delicadas oras oras
Vejo a estrada refletida e no reflexo a minha imagem se foi
Boa viagem espelho de risos e volte logo para os braços daquela que traz um pedaço de ti
Pois em você está minha imagem e aqui procurarei deixar um pedaço de mim
Cuida-te por que só assim saberei que cuidados terei a mim
Decisões importantes pede aflições constantes
Sem alimento na alma, definho em dúvidas
Só nós sabemos o valor de estarmos sós e seguir adiante
Volte, para eu poder contar que um dia tive muros e agora construo pontes
Um dia terei esta certeza a refletir...pois a sua certeza de pontes te liga muito mais além...parabéns!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Pensamento do dia rsrsrsrs

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"Eu sou o tipo de mulher que quando meus pés tocam o chão a cada manhã, o diabo fala:
- Oh Droga, ela acordou!"

(Anônimo)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Saudosas despedidas, duras decisões

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Amanhece cinza

Lava alma

Janelas se fecham e atrás da cortina estão os olhos negros opacos de ansiedade

As horas passam no tic tac do relógio na parede

Os carros correm e o Sol desperta
Asfalto quente derretendo meu ser


Cinzas de pensamentos ficam para traz na batida dos dedos e no círculo das duplas gêmeas sou levada para um único lugar, lugar em que corações solitários formam um oceano de águas doce com o salgado gosto das lágrimas


No rádio é inevitável as melodias tristes, porque tristes versos quando se tem harmonia em uma canção?


Saudosas despedidas, duras decisões


E no horizonte me vejo partir, no barco dos pensamentos puros, lapidados pelo tempo

A força da água me faz perceber a inconstante duvida da posição que ocupo. Abdiquei dos para-quedas pois sentir a adrenalina da queda é muito mais emocionante do que planar


Saudosas despedidas, duras decisões

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Morfeu foi embora

Foto: Carla Palmeira


No meio da noite, a meia noite, o vento sopra na janela queimando em brasa e consumindo meus pensamentos.

Não sinto culpa, mas sinto angustia, a solidão fugiu com medo de mim e eu me perdi.

O silêncio da rua aflige o meu ser, olhos vão ao céu e entre nuvens o brilho partiu, as respostas sumiram, apenas a melodia sem ritmo e a linha tênue e constante do ventilador acompanha o emaranhado de decisões indecisas.

Tontura

Tortura!

Sinto falta! Posso ser capaz de entender os corações solitários, mas o meu solitário coração é incompreensível.

A sede de viver plenamente não cabe em uma garrafa de água, a sede determina a intensidade e a duvida que me acompanha nesta jornada.

Desvencilhar de ambiguidades é quase impossível, aceito ser ferida e sangrar em tristeza, pois tenho coagulantes que cicatrizam sem levar ao óbito, possuo o controle sobre mim e deixo desaguar o salgado gosto das lágrimas, mas não tenho o controle de curar corações partidos.

Rolo na cama, procuro seus braços para assim me entregar em sono profundo e logo hoje você se foi. Acredito que poderá estar por aí disposto a abraçar corpos que se rendem ao fascínio de adormecer.

Tentarei, pois é o que tenho feito.

Boa noite corações solitários e aflitos assim como eu.