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Há muito que venho silenciando-me, partilhando o "restinho" de poucos sorrisos quando escolho não pensar, quando resolvo ser uma árvore dançando aos assobios do vento.
Para quem me vê, continuo frondosa e até mudada, cabelos crescidos, unhas grandes de uma mulher balzaquiana, roupas adequadas para a ocasião, não mais artista e muito mais o que devo ser, não mais moleca e muita mais mãe.
Infelizmente luto contra cupins que me consomem internamente como um câncer sem cura. Engulo comprimidos que me rasgam o esôfago, que criam úlceras e nada solucionam.
Tenho minutos de grandes emoções, muitas vezes acompanhada ou até mesmo só, são pedaços inesquecíveis em que revelo-me grandiosa, porém é triste o estado de felicidade, porque incomoda tanto que prefiro estar aqui, nesse limiar de poucos passos ao fim.
Confesso que nessas 48 horas de primeiros dias de "TPM" pensei em como começar uma carta de despedida, me imaginei diversas vezes fora do mundo de pessoas que são meus pequenos mundos, pensei na falta que sentiria de cada uma delas e então percebi que aqueles que optam por esse caminho precisa estar muito certo do que fazer, precisa saber que borrariam um passado e que "deletariam" um futuro que provavelmente seria promissor.
Quando esse vulcão de emoções resolve acordar, a explosão pode ser ouvida a quilômetros de distância e o desastre, felizmente, não chega a ser fatal, e é na exatidão do calor que observo o que tenho pela frente e que nenhuma ventania, tempestade, furacões, terremotos, enfim, desastres irão impedir de reconstruir uma cidade inteira, sou plenamente consciente de que o vigor nunca é o mesmo e que a opção de desistir aparece com mais frequência, é muito mais cômodo deixar o ônibus passar para depois pegar outro mais vazio e se não vier vazio que venha o próximo.
Tentador, não é?
Então, apesar dos impedimentos em campo quando estou prestes a realizar o gol, apesar de grandes quantidades de lágrimas derramadas, apesar do rosto inchado, tenho pessoas especiais que estão comigo em qualquer ocasião, em qualquer ligação, em qualquer pensamento, independente da distância ou da disponibilidade.