Interessante, posso dizer que é até intrigante como o amor pode carregar tanta contradição no sentir.
Se correspondido ele traz contigo a dúvida, a insegurança e a incerteza de sermos para o outro o que ele é para você.
Se não correspondido ele traz a dor da rejeição, o amargor do não compartilhar o seu melhor, o seu cuidar.
Se inteiro e intenso assustamos e daí vem a consequência da separação de olhares, mas a permanência de palavras soltas sem profundidade, o distanciamento do sentir o toque dos lábios quando as palavras são silêncio de carinho.
Buscamos certos "porquês", incertos "como podo ser", a verdade é que nas vertentes desse sentir não entendemos nada, não há regras ou razão de ser, há apenas o aceitar, há apenas a certeza do que sentes.
E o outro?
Ah! O outro decide o que quer, escolhe se aceita o presente ou renega.
O amor é sublime, quem o sente gosta do que preenche, o amor remexe o seu físico , pulsando o sangue fervente em suas veias, mexe com a pisiquê, deixando-o atordoado, sem o que pensar.
O amor é inconstante, é uma variável em uma equação matemática. Tendo um resultado positivo, em alguns problemas, ou se tornando uma incógnita para ser resolvida por algum PHD.
Para o amor não há razão e sim emoção, lubrifica os olhos e plastifica sorrisos, cria borboletas no estômago e provoca arrepios. O amor é uma droga saudável que vicia.
Até o amor incondicional pode machucar, pode driblar nossa expectativa e esborrachar com um tropeço. A conclusão é que não há direção, não adianta optar pela razão ou pelo retorno a concha. É apostar e pagar pra ver o que pode acontecer.
Sou e estou tanta coisa ao mesmo tempo ou em pedaço de tempo que a intensidade que vivo consegue me fazer feliz estando triste, sorridente estando solitária ou paciente quando dilacerada, mas o cansaço, esse sim, é certo como 2 + 2 são 4, é permanente e temporário.