segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

As palavras que me sufocavam

Foto: Carla Palmeira

Interessante, posso dizer que é até intrigante como o amor pode carregar tanta contradição no sentir.
Se correspondido ele traz contigo a dúvida, a insegurança e a incerteza de sermos para o outro o que ele é para você.
Se não correspondido ele traz a dor da rejeição, o amargor do não compartilhar o seu melhor, o seu cuidar.
Se inteiro e intenso assustamos e daí vem a consequência da separação de olhares, mas a permanência de palavras soltas sem profundidade, o distanciamento do sentir o toque dos lábios quando as palavras são silêncio de carinho.
Buscamos certos "porquês", incertos "como podo ser", a verdade é que nas vertentes desse sentir não entendemos nada, não há regras ou razão de ser, há apenas o aceitar, há apenas a certeza do que sentes.
E o outro?
Ah! O outro decide o que quer, escolhe se aceita o presente ou renega.
O amor é sublime, quem o sente gosta do que preenche, o amor remexe o seu físico , pulsando o sangue fervente em suas veias, mexe com a pisiquê, deixando-o atordoado, sem o que pensar.
O amor é inconstante, é uma variável em uma equação matemática. Tendo um resultado positivo, em alguns problemas, ou se tornando uma incógnita para ser resolvida por algum PHD.
Para o amor não há razão e sim emoção, lubrifica os olhos e plastifica sorrisos, cria borboletas no estômago e provoca arrepios. O amor é uma droga saudável que vicia.
Até o amor incondicional pode machucar, pode driblar nossa expectativa e esborrachar com um tropeço. A conclusão é que não há direção, não adianta optar pela razão ou pelo retorno a concha. É apostar e pagar pra ver o que pode acontecer.
Sou e estou tanta coisa ao mesmo tempo ou em pedaço de tempo que a intensidade que vivo consegue me fazer feliz estando triste, sorridente estando solitária ou paciente quando dilacerada, mas o cansaço, esse sim, é certo como 2 + 2 são 4, é permanente e temporário.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um sonho que tive




Uma praia e a sensação de estar assistindo um filme antigo, as cores em sepia pareciam mostrar um passado retrô acontecendo naquele exato momento, algo exaustivo que a sensação dominou meu corpo, acordei algumas vezes, mas voltei a dormir logo de imediato tendo a oportunidade de continuar onde parei, ainda não sei o que significa, mas sei que meus sonhos dizem muito mais do que eu pretendo saber, eles me preparam, por isso consigo compreender "certas" coisas.
Na praia eu avistava o mar, um azul degradê e muito saturado, mas quando chegava perto ele ia perdendo seu colorido e tornava-se bege, as ondas estavam em seu estado normal, uma série de três e nada muito grande, pessoas ao longo da beira e eu e meus pais.
Conversávamos, falávamos de coisas do coração, a espuma do mar chegava até os nossos pés, íamos presentear Yemanjá, e tudo que eu via era a espuma do mar, as ondas esbarravam e eu ficava preocupada com minha baixinha, crianças brincavam, algo passava por mim na água em direção as pessoas, eu virava para o horizonte e só pensava no que eu poderia fazer por mim, já havia feito muito pelos outros e com uma rosa amarela na mão eu mentalizava, até o momento em que me sentia só, até o momento em que eu não ouvia mais nada, somente minha respiração, ao meu redor tudo estava em pausa e no horizonte o céu envolvia o oceano, depois de alguns minutos a minha introspecção era interrompida por um grito de socorro, minha mãe estava sendo atacada por um polvo gigante, entrei em desespero, pois as pessoas que estavam na beira do mar seguravam ela arrastando até a areia, a adrenalina do medo preenchia cada espaço do meu ser e com uma força sobrenatural corri e conseguir acabar com aquela guerra, levei-a a areia, ainda assustada, decidi ir embora, parti dali sem vontade alguma de voltar, a raiva me consumia e as lágrimas vinham aos meus olhos em resposta a sensação de perder-la.
Após a confusão, pegamos nossas sandálias brancas, desenterramos um balde, enchemos de água do mar para podermos banhar nossos pés antes de entrar no carro, caminhamos quilômetros de areia e eu carregando o balde sozinha até chegarmos no passeio.
Acordei desse sonho morrendo de dor no corpo, fiquei algumas horas na cama olhando o teto e repensando no que eu havia vivenciado.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Aos navegantes



Descansa Coração

Fernanda Takai

Composição: Simons & Marques / Alberto Ribeiro

Cansei de tanto procurar
Cansei de não achar
Cansei de tanto encontrar
Cansei de me perder

Hoje eu quero somente esquecer
Quero o corpo sem qualquer querer
Tenhos os olhos tão cansados de te ver
Na memória, no sonho e em vão

Não sei pra onde vou
Não sei
Se vou ou vou ficar
Pensei, não quero mais pensar
Cansei de esperar
Agora nem sei mais o que querer
E a noite não tarda a nascer
Descansa coração e bate em paz

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Varrendo a Lua - Roberta Campos



Varrendo a Lua

Roberta Campos

Composição: Roberta Campos

Você me deu, me deu a paz
e fez de mim um sonho
um sonho a mais

Você partiu o sonho em dois
e fez do amor
tudo um sonho de nós

E eu que não queria mentir
passei então a sorrir do seu lado
e eu que sempre quis te seguir
criei meu mundo, meu mundo ao teu lado

Varrendo a lua, varrendo a tua solidão
varrendo a lua, a tua solidão

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O que esses olhos enxergam?

Foto: Marcelo Santana


Difícil saber, mas gostaria de entender

O que vocês enxergam ao me conhecer
Conhecem a mim mais do que a si próprio
e não se acham capaz de assumir

Evidências comprovam
não quero ser boa pra sempre

os bons carregam um coração solitário

ávido por compartilhá-lo

Difícil saber, mas gostaria de entender
E ter um momento de enxergar
o que me dizem
e só assim saberia como agir


Preciso de uma melodia para minhas composições

posso dar o caminho lírico e as notas no ar
mas o dom de musicá-las, esse sim, não posso dar...

E assim, por diversas vezes, viro páginas escritas
as transformo em alento para abandonados corações
que batem para sobreviver com um desamor

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Aventurei e levei eles comigo

Foto: Carla Palmeira

Manhã de quinta-feira, faltava apenas mais um dia para encerrar o ano em que tudo parecia difícil. E quem disse que virar borboleta é fácil? É um processo árduo de transformações.
Malas, suprimentos e um único objetivo...AVENTURA!

Caímos na estrada rumo a diversão, dirigindo e cantando fomos seguindo sem horário, sem rumo, apenas com um limite: "De Aracaju não passaremos..." (gargalhadas rompem o silêncio), no engarrafamento de Lauro de Freitas parada para ver uma "escada andaime"? kkkk Vamos subir para onde? Só minha querida mãe com essas ideias.

Seguindo após um pequeno engarrafamento passamos pelo pedágio, estrada livre e o desejo de voar, mas os meus passageiros são exigentes e a aventura tem que ser na medida, sem adrenalina.

Primeira parada, Praia do Forte, nada paradisíaco, pessoas indo e vindo, carros a procura de uma vaga e a correria dos preparativos para deixar 2010 para trás.

Não encontramos nenhuma vaga para o nosso carro e partimos rumo a linha verde, plaquinha pela estrada e nada nos atraia, então entramos em Subauma, não consegui achar o hotel que eu havia ficado há um tempo atrás e a cidade não estava receptiva para a "Familia Margarina" rsrsrs (piada interna, né Dri?!)

Seguimos viagem, parada em Baixio, que delícia! uma pracinha, uma igreja rosa (acredite!), algumas vendinhas, um boteco de esquina (claro!) e um caminho atrás da porteira até a praia.

Na saga de compras foram três vassouras de piaçava, batata rufles, chocolate alpino e schin cola (argh!).

Ah! Esqueci de dizer que a mala do carro consegue carregar um corpo dentro, imagine três vassouras...hehehehe (brincadeira mórbida, tá?!).

Saindo de Baixio fomos rumo a algum lugar, a tarde caindo, a fome batendo e fomos chamados pela placa Conde (alguns quilômetros), Sitio do Conde (mais alguns quilômetros) Siribinha (outros mais alguns quilômetros), escolhemos ficar em Sitio do Conde, pousada agradável, quarto aconchegante e Wellington foi um "gentleman", passeio na praça para decidir o que almoçar às 6 da tarde...comidinha no bar da Tia Zô, que nos recepcionou de lenço na cabeça e sorrisão estampado, cerveja gelada para as meninas (eu e mamis) e uma moqueca de peixe com pirão hummm, matou a pessoa que vos escreve, só ressucitei no dia seguinte.

Café da manhã reforçado e pé na estrada. Decidido! Parada em Aracaju, acreditando que iríamos encontrar um lugar para dormir e curtir a virada do ano. Conseguimos!
Praia de Atalaia, pizza antes da virada, show na areia com o sambinha gostoso de Diogo Nogueira e retrospectiva musical anos 80 na voz de Margareth Menezes e é claro muita diversão.

Dia seguinte, para não perder o pique, banho de mar com alfazema, piscina e depois estrada de novo, objetivo Mangue Seco, caramba! Chegamos até o ponto da travessia, preços exorbitantes e atendimento péssimo, desistimos e seguimos para a balsa, na espera perdemos e ficamos mais de uma hora para a próxima e haja lanchinho para matar a fome, máquina na mão e muitas fotos para distrair a mente. Acreditando na possibilidade de achar hospedagem no primeiro dia do ano, fomos parando nas mesmas cidades que encontramos na ida...sem sucesso!

Restávamos partir em direção a Salvador e fizemos! Chegamos 23h00 e encerramos a aventura com uma pizza deliciosa e vinho...dia seguinte praia, peixinho, reencontros com um grande amigo, cerveja gelada.

E assim foi o fim de um ano árduo e cheio de grandes experiências e o início de um ano repleto de realizações...

Que venha 2011!!!