quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sinais

Comprei um livro que há muito tempo me indicaram, ele já é sucesso e virou filme, sabia do que se tratava mas não imaginava o quanto era profunda a minha ligação com aquela experiência vivida.

Começo a ler o livro no intuito de me distrair e tudo que ele me traz nas primeiras linhas é o relato da minha recente experiência.

Coincidência?! Não! Sinais que insistem em perseguir meus caminhos...

Bom...as palavras ecoaram e naquele instante voltei ao momento em que diante de ti penetrei em seus olhos cor de mel ao qual haviam me encantado em uma viajem no passado e que no momento presente não passavam de apenas um par de olhos cor de mel que me miravam atentamente enquanto o que eu só queria era ir embora, de fininho para não causar danos, pois eu acreditava que o que sentias era amor e utilizando-se deste sentimento teríamos a possibilidade de cultivar-lo de forma diferente.
Ledo engano. Triste história a partir daí...
Foi assim que tudo começou e que me quebrei em milhões de pedaços, transformando-me em uma caixa de peças soltas como um quebra cabeça, pois foram sete anos se partindo.
Árduo ano aquele em que um simples "Adeus! Não sinto mais nada por você" transformou-se em um tormento, complicações, traumas, receios e tristeza aos olhos negros que brilhavam ao sorrir. Multiplicados pelo drama de uma paixão que surgiu em meio ao turbilhão de acontecimentos e que foi embora levando um peça, deixando-me com um vazio sombrio, tomei decisões que me afastaram de qualquer entrega, tomei decisões para me defender, tomei decisões...
E agora eu cansei.
Cansei de ouvir o mesmo texto, cansei de ser para os outros, cansei de terminar da mesma forma.
É interessante como uma única pessoa pode fazer você estourar, como uma gota em um copo cheio de água pode causar uma "lambança", é interessante que muitas vezes precisamos de gotas como essa para repensar e assumir que se repetidas vezes ouvimos as mesmas palavras algo errado está vindo de você ou você é o "algo errado", então erradamente continuo a ser quem sou, recolho os andaimes de construção de pontes e reverto para fortalezas, sentirei algumas perdas, sentirei faltas de momentos compartilhados, mas só assim farei bem a mim. Cansei de ficar gripada!
Se os sinais insistem em mudar de cor para chamar a atenção, continuarei a ler este livro, ainda há possibilidade da história mudar, do rio correr mais forte e de muros caírem, mas inicialmente não buscarei estas possibilidades e nem tocarei na esperança...
Peço apenas desculpas aos companheiros de jornada, pois sumirei por um breve período e não pouparei os leitores da minha melancolia em notas de blues...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O papel de um espelho





Gostaria de poder entender os espelhos

Eles refletem a sua imagem e semelhança diante dos seus olhos
Mostram o que sentes, aquele sentimento enraizado no corpo que só você sabe

Quem disse?!

Os espelhos te conhecem tão quanto você conhece a si próprio
Seguem o seu movimento, invertem o sentido, complementa o que falta
Dão profundidade e continuidade no infinito

E o infinito tem continuidade?

Os espelhos podem aumentar o seu pesar dependendo da perspectiva do olhar, podem transformar lágrimas em oceanos, chuviscos em tempestades, podem penetrar em seu olhar e dizer exatamente o que queres, podem sentir apertar o peito mesmo sem te ver.

E aí?

Nada muda, pois o espelho é o seu reflexo mais profundo e insano, pode te enlouquecer com palavras árduas para esperar a sua reação ou pode te acalmar com doces palavras de carinho, pode rir de você ou te fazer crer que tudo é possível basta afogar o medo e se entregar

Ah! Sabe de uma coisa, "mode on"

Gostaria de poder entender os espelhos






Um texto roubado

Google imagens

Pode invadir
Ou chegar com indelicadeza,
Mas não tão devagar que me faça dormir.
Não grite comigo, tenho o péssimo habito de revidar...
Toque muito em mim
Principalmente nos cabelos
E minta sobre a nocauteante beleza.
tenha vida própria,
Me faça sentir saudades,
Conte algumas coisas que me fazem rir...
Viaje antes de me conhecer,
Sofra antes de mim para reconhecer-me...
Acredite nas verdades que digo
E também nas mentiras, elas serão raras
e sempre por uma boa causa.
Respeite meu choro,
Me deixe sozinha,
Só volte quando eu chamar e,
Não me obedeça sempre
que eu também gosto de ser contrariada
Então fique comigo quando eu chorar, combinado?
Me conte seus segredos...
Me faça massagem nas costas
Não fume,
Beba,
Chore,
eleja algumas contravenções.
Me rapte!
se nada disso funcionar...
Experimente me amar!

Este texto é de Martha Medeiros... muito bom!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ela ao longe




Eis que ela surgiu ao longe,
iluminada pelo Sol que esfriava no horizonte
Sapatos de saltos entre os dedos,
subia o morro em busca de algo
Uma canção melodiada pelas ondas do mar,
pensamentos perdidos preenchendo as linhas de um caderno,
enchendo
movendo
Ventos nos cabelos dos olhos negros
Composições imagináveis, construções inacabadas e coração tranquilo
Calmaria e um sorriso bobo na tela mental...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Falar de amor em uma pausa para o café



Sentimento que toma qualquer forma, não precisa ser uma história, nem ter todas as regras de produção de um texto.

O amor pode ser uma frase, uma prosa ou uma poesia. Pode ter forma de melodia ou notas soltas em uma partitura. Pode ser uma exceção a todas as regras ou um simples brilho no olhar, pode pertencer a um ou mais corações. Nascer com você ou ser você.

Sinto ele florescer a todo momento, principalmente quando volto aqui, de dia me perco e a noite ele me guia ao mar.

De duas partes se faz um todo, mas eu sou o todo de duas partes. Posso ser a melancolia do blues ou a revolta do rock, posso ser a beleza da música erudita ou uma louca música eletrônica, posso ter a batida ritmada nos pés ou se perder nas mãos, posso transformar tudo isso em cordas de um violão velho largado no canto do quarto somente para alimentar a minha alma de artista.

Pinto o que desejo ver e mesmo em preto e branco ainda vejo a beleza com riqueza de detalhes e expressões. Sinto, e no sentir, sem quem sou. Mergulho nas janelas de meu espectro e no meu avesso desavesso.

Posso não pertencer a ninguém, e sem ninguém pertenço a mim.
E se minha voz não faz marcas faço com as palavras que escrevo e desenho letras partilhando com qualquer um.