sexta-feira, 16 de julho de 2010

Madrugada insone

Foto: Ade

Um olhar, um sorriso.
Algumas palavras por e-mail e o suficiente para crer que és uma pessoal especial.

Acreditar?
Sonhar?
Curiosidades?

Não detenho o poder de explicar.
Pode ser a energia desde o momento que os meus olhos não viram, mas que o obturador da máquina percebeu quando se pôs a frente do meu foco.
E agora?
Pergunto com aquela interrogação enorme de revista em quadrinhos.
E agora?
Quem és tu?
E quem sou eu diante de ti

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Não!

Foto: Google imagens

Frio em Salvador?
Não! Pretexto para ficar agarradinho.

Fim de tarde atrás do Farol?
Não! Possibilidade de um ato romântico para impressionar.

Céu nublado?
Não! Um véu que abrilhanta o rei Sol.

Música espanhola?
Não! Trilha sonora para ouvidos sensíveis.

Poema?
Não! Dedos compulsivos que escrevem ditos de um coração cego e entre esses mesmos dedos a brasa de um consumo de pensamentos conspiradores.

Pupilas dilatadas?
Não! Obturador aberto para maior intensidade de luz.

Chuva a caminho?
Não! Um banho para lavar a alma.

Intervalo de trabalho?
Não! Minutos da areia do tempo derramadas em mãos que sabem aproveitar.

Companhias?
Não! Transeuntes apaixonados, sozinhos ou acompanhados.

Silêncio?
Não! Suspiros da brisa do mar.

E assim descrevo o mesmo lugar de dias desiguais.

sábado, 10 de julho de 2010

Se eu mudasse agora?

Foto: Imagem do Pequeno Príncipe


Nenhum mundo é tão pequeno que não possamos reinventá-lo.

Por conviver com pessoas mais velhas, por trabalhar diretamente com o público, por sair na rua e recolher olhares parei para rever o que acontece comigo, tenho consciência que posso ser qualquer coisa, em qualquer momento, mas meu rosto de menina não mudará, só com o passar dos tenebrosos anos, que sinceramente, não tenho medo, tenho medo sim, de partir em uma viagem sem volta, em uma viagem para o incerto.

Hoje olho diariamente para o espelho ao acordar, eu mudei muito, mas essas mudanças o espelho não reflete, para aqueles que não possuem a juventude estampada no rosto, desejaria escutar o que ouço, mas para mim é cansativo, soa como irresponsabilidade, como se tudo que eu vivi não pudesse contar como experiência, o lado bom é que aqueles que tem oportunidade de me conhecer consigo superar as expectativas, penso que por esse motivo resolvi fazer um blog e compartilhar o que penso, o que vivo e o que sinto. Aqui sou o que sou sem precisar ser julgada pela aparência de menina. Muitos amigos nunca saberiam de histórias do meu passado se eu não as escrevesse.

Estou a me perguntar e repensar algumas palavras ditas pelo meu pai, por dois amigos e por alguns olhares. Se eu mudasse agora surpreenderia, a compensação é que eu seria levada a sério, mas o preço a se pagar é que a doçura de ser "moleca" desapareceria, a espontaneidade de ser artista não estaria nas roupas, a criatividade de se divertir estaria guardada naquela caixinha de música com a bailarina quebrada.

A lei da compensação é dura e não possui brechas, e agora?!
Me incomoda, mas é suportável.
Diante da balança da decisão, a indecisão impera e eu tenho pouco tempo para tomar um atitude e assumir um posto diante da sociedade hipócrita que me rodeia.

E sabe do mais?
Não tem MAIS nem menos .


quarta-feira, 7 de julho de 2010

Eu, o Farol e o Sol em um poema de rimas pobres

Foto: Google imagens

Depois de você enxergo o curso do vento
no ir e vir das ondas em movimento

Enquanto estou aqui, transformo-me
no rítimo acelerado do ato de se pôr no horizonte
em agonia e em tormento

Aos poucos os espectadores vem chegando para o grande momento
o Sol beijando o Mar em um sério relacionamento

Penso!
Tento!

E um poema venho escrevendo
demonstrando o que vejo, o que sinto
retrato então um cotidiano no meu pensamento

Sinto falta das cordas de um violão
melodiando canções
e assim vou compondo
uma miscelânea de emoções

Confesso!

Pode parecer clichê o que escrevo
mas os solitários andantes vêem o dia a dia
na felicidade ou na melancolia
travando uma guerra entre ser e estar
em uma tempestade fria.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Por que sinto-me segura aqui?



Já fiz essa pergunta diversas vezes, é impressionante como o ser humano procura um "porto seguro" para fincar o passado e construir o presente pensando no futuro.

Quando estou triste ou irremediavelmente feliz, quando a melancolia consegue ultrapassar o meu esforço de evitá-la, quando quero pensar em algo ou quando me perco, é aqui que consigo me encontrar, é aqui que na minha introspecção tenho acesso livre sem precisar de credencial para validar a minha passagem.

Daqui de cima a energia que circula é sensacional, o mantra entoado pelas ondas que acariciam as pedras na praia, o Sol que se apaga no horizonte, o céu multicolorido saturado de tons quentes no entardecer, os casais compartilhando seus sentimentos em um sorriso, em um beijo, em um carinho ou notavelmente em um olhar, conseguem despertar em mim a crença diária que ainda existe o amor.

O dia mais uma vez despede-se, o vento frio do mês de Julho bagunça meu cabelo e ao mesmo tempo acaricia meu rosto envolvendo-me em um aconchego maternal e sinto-me tão a vontade em transpor minha miscelânea de sensações íntimas que fico sentada apenas observando.

E digo mais, o que me traz aqui diariamente em um curto espaço de tempo que tenho, é apenas a contemplação dos dias passando. Com um caderno em branco coloco-me a pensar que muita coisa mudou, que por mais que eu seja a menina de olhos negros, a pérola da concha, eu admito que mudei.

Queridos companheiros de jornada, as estradas são tortuosas, por muitas vezes o acostamento não existe, as sinalizações foram cobertas pelo avanço da mata, mas o gostoso e divertido dessa viagem é descobrir novos caminhos quando paro para contemplar o que de belo a vida pode me oferecer.