Foto: Imagem do Pequeno Príncipe
Nenhum mundo é tão pequeno que não possamos reinventá-lo.
Por conviver com pessoas mais velhas, por trabalhar diretamente com o público, por sair na rua e recolher olhares parei para rever o que acontece comigo, tenho consciência que posso ser qualquer coisa, em qualquer momento, mas meu rosto de menina não mudará, só com o passar dos tenebrosos anos, que sinceramente, não tenho medo, tenho medo sim, de partir em uma viagem sem volta, em uma viagem para o incerto.
Hoje olho diariamente para o espelho ao acordar, eu mudei muito, mas essas mudanças o espelho não reflete, para aqueles que não possuem a juventude estampada no rosto, desejaria escutar o que ouço, mas para mim é cansativo, soa como irresponsabilidade, como se tudo que eu vivi não pudesse contar como experiência, o lado bom é que aqueles que tem oportunidade de me conhecer consigo superar as expectativas, penso que por esse motivo resolvi fazer um blog e compartilhar o que penso, o que vivo e o que sinto. Aqui sou o que sou sem precisar ser julgada pela aparência de menina. Muitos amigos nunca saberiam de histórias do meu passado se eu não as escrevesse.
Estou a me perguntar e repensar algumas palavras ditas pelo meu pai, por dois amigos e por alguns olhares. Se eu mudasse agora surpreenderia, a compensação é que eu seria levada a sério, mas o preço a se pagar é que a doçura de ser "moleca" desapareceria, a espontaneidade de ser artista não estaria nas roupas, a criatividade de se divertir estaria guardada naquela caixinha de música com a bailarina quebrada.
A lei da compensação é dura e não possui brechas, e agora?!
Me incomoda, mas é suportável.
Diante da balança da decisão, a indecisão impera e eu tenho pouco tempo para tomar um atitude e assumir um posto diante da sociedade hipócrita que me rodeia.
E sabe do mais?
Não tem MAIS nem menos .