segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Alguem contou pra mim

Ouvi uma história
Numa noite sem sono, eu a ouvia
Silenciosamente ela relatava os eventos acontecidos
Sua voz trêmula,
Sua mão enrugada e gélida,
Na escuridão do quarto
Uma penumbra, uma sombra desenhava sua silhueta, não pude vê-la, mais sabia que era importante ouvi-la
Com um pigarro na garganta ela tentava começar a falar, ajeitava-se na cama procurando a melhor postura para que o seu corpo cansado evitasse reclamar, e então, quando o silêncio se fez naquele ambiente, ela começou:

- Eu era menina quando tudo começou
Morena, cabelos lisos caído aos ombros
Olhos negros com duas grandes jabuticabas, espertos e atentos
Nariz fino e cílios grandes
Chamava atenção, muito educada e sempre prestativa
não faltava elogios, meus pais, orgulhosos pelas "crias", nos apresentavam a todos
nas festas de empresas, nas festas familiares, nas festas de todos os tipos e eu ficava sentada observando os adultos conversando, as mulheres bem vestidas acompanhadas dos seus maridos sorriam como bonecas de porcelanas, tudo estava perfeito, parecia filme de final feliz, pelo menos aos meus olhos
Sonhava acordada com os contos de fada
Esperava na janela que a primeira estrela aparecesse no céu para realizar o meu pedido, vivia em um mundo criado por mim, onde todas as cores iluminavam os lugares com um brilho especial, enquanto a minha realidade era fadada ao preto e branco

Enquanto ela falava, eu pensava na minha vida até aquele momento, procurava na minha memória o que tínhamos em comum e curiosa para conhecer o seu rosto, ver o brilho nos seus olhos, a curiosidade me consumindo eu não resisti e perguntei:

- Posso te ver?

O silêncio se fez presente, imediatamente ela largou minha mão e me deu "Boa Noite", e sem que eu percebesse, simplesmente ela deixou o meu quarto e sumiu
Desde que ela saiu, acontecimentos, "estranhamente", estão se repetindo, alguns nós estão sendo desatados, mais outros insistem em ficar mais apertados, estou novamente no limiar do desespero sem força para enfrentar os obstáculos que avisto, pressionada pela a areia do tempo, presa no inferno astral, dentro de um ciclone que não para de rodar e ganha força a cada sol que se põe
Quero sumir
Desaparecer
Deixar tudo e todos
Penso no meu diamante bruto que comecei a lapidar e desejo que para ele seja diferente
A vida
O amor
As decisões...
E eu escolho estar em outro lugar, sem decolar, continuo na sala de espera, esperando por nada, apenas sentada com os olhos parados, mirando o meu livro e a minha mão que tenta escrever uma nova história

Cansei!
Parei!

E sei lá quando começarei, na verdade não quero começar, não quero continuar, não quero...

Boa noite!

domingo, 16 de agosto de 2009

Introdução a uma introspecção

No retorno da viagem que fiz tive inspirações que ainda transcorrem em meus pensamentos desordenadamente, vivi situações que insistem em repetir nas páginas desse livro da vida e que dificilmente consigo entender ou desprender de certas "pegadinhas". Então, resolvo aceitar algumas condições que foram impostas na escolha da alternativa cabível neste percurso, afirmo que a incerteza do tempo de duração destas intémperies rondam a minha cabeça nesta noite, parece que o "pause" de determinados acontecimentos fora trocado pelo "repeat", diferindo apenas os coadjuvantes, porem, tendo todos esses itens relacionados entre sí, sei que chegará apenas em um único resultado, a certeza de ter experimentado.

Procuro analisar calmamente os meus passos,
Procuro por razões para tudo o que acontece,
Ás vezes percebo o que devo fazer em determinadas situações de coincidências e distintas aparências, de experiências vividas e vejo que o mais difícil é escolher o que fazer com as opções dadas.

Acredito que as viagens são pontos de partida para reflexões, são buscas de algo perdido dentro de você, não importa o que te levou a viajar, mais no fim, ela, a essência, trará novas questões para repensar os seus passos, atitudes e momentaneamente te possibilite a introspecção.

Saio do meu mundo com apenas a mochila, a arma em punho e sem escudo
Sou o que quero ser
Vejo o que me convém
Vivo o que é oferecido
Sinto o que no coração dói, o que lágrima salga e o que na boca é adoçado pelo sorriso
E volto!
Volto para onde parti
Uma noite
Um dia
Pensamentos
Travesseiros
Papel
Caneta
E no ar,
O cheiro do conforto do meu único lar
A minha mente
O meu coração
E a incerteza do que será o amanhã

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Be back soon

Estou partindo
Mochila preparada
Máquina fotógrafica a postos
Passagens de ida e volta, pois não arrisco ir sem ter certeza da data de retorno, pois é muito provável que eu queira esquecer de tudo e partir de vez (risos)
Levo tambem, espectativas de aprendizado, divertimento
Desejo a purificação, limpeza do campo mental
Então, queridos navegantes, parto hoje, mais retornarei em breve...

oO

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Pensei em parar

Uma semana atrás pensei em parar de escrever
(achei que ia ajudar)
Constatei que não!
Uma semana atrás pensei em fugir
(para onde?)
Achei que ia ajudar
Constatei que não!

Uma semana atrás eu pensei
Uma semana atrás eu desisti
Uma semana atrás eu fugi
Uma semana atrás eu enfrentei
Uma semana atrás eu voltei atrás
e constatei que não!

Uma semana atrás passou
E hoje eu voltei atrás
Pensei, desisti, fugi e não ajudou

Então, uma semana atrás eu esqueci
Esqueci o que houve uma semana atrás
e comecei tudo de novo.

Antes de dormir

Quero muitas coisas
Traço bastante metas
Tento alcançar um unico objetivo
Vejo esperança nas dificuldades
Sonho com dias melhores
Sinto o amor circular meu corpo
Sou o que sou e nada mais
Espero por alguem, mais ainda caminho
Durmo com meus travesseiros, oratórios macios
Enlouqueço aos poucos, pois de vez não é saudável
Escrevo o que vivo e vivencio o que escrevo
Compartilho com o mundo
Pois posso realizar o seu dia e satisfazer a minha angustia.