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Sufocante a sensação que o pudor tem de travar as palavras que querem sair em forma de desabafo, aquelas palavras que não necessitam de um entendimento e sim de um alento, frases que não precisam de conexão, relação ou pontuação, mas sim de alguém que as escute.
Sinto-me como se tudo que fizesse fosse incorreto, sinto-me impotente diante de tantos acontecimentos, decisões que podem ser fatais me fazem repensar quem sou, onde estou e para onde vou.
Ciente daquele que me faz viver e sobreviver a cada pensamento ruim. Sei, que se em algum momento pensei em partir ele foi o primeiro a me olhar e me fazer importante, é o único que não ressalta os meus defeitos, que mesmo com a cara inchada de choro continuo a ser a mulher mais linda, que mesmo nervosa sou a única em que ele vai olhar e dizer que ama, que mesmo errada parecerei correta, que mesmo silenciosa e triste parecerei a mulher mais guerreira que ele conhecera.
Hoje a agonia tomou conta do meu coração, quando estou sozinha e a mente não cala a boca relembro o que me deixa para baixo e me pergunto muitas vezes, por que isso acontece? Será que é aquele bichinho chamado medo?
Ele me consome, me deprecia e deixa o meu olhar fosco. Tenho vontade de sair por aí sem destino e sem intervenções, torcendo para que não lembrem de mim e que ao mesmo tempo, querendo ser lembrada e carregada no colo, ouvir palavras doces, ser importante para alguém como um dia eu fui...
Um comentário:
O pudor, inibe; o medo, impulsiona (às vezes). Mas no fim das contas essa insônia nos trouxe um ótimo texto reflexivo. Parabéns, Carlinha! : )
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