terça-feira, 29 de novembro de 2011

É preciso falar...


Palavras desmedidas sem sentido dão vazão a confissões profundas que crescem sem raízes, mas que se alimentam de sentimentos diversos.

Cultivamos o que semeamos, florescem aquilo que cuidamos, muitas vezes tentam nos convencer com pensamentos opostos para abalar o seu bem estar, para dissolver um sorriso, para que ao invés de brilho no olhar haja lágrimas a escorrer.

É preciso falar, extrair raízes de parasitas que sugam a sua seiva, secando o que há de mais puro dentro de ti.

O não é necessário, o sim, essencial e dizer o que pensa, sem pudores, sem censura, sem animosidade, é pertencer a um grupo quase extinto de fiéis a si mesmo.

As atitudes geram consequências, sejam elas boas ou ruins, somos caçadores do equilíbrio no desequilíbrio da vida que levamos e ainda sim, perdemos tempo comparando a nossa tristeza com a miséria alheia.

Para quê?

Para sentirmos melhor por termos mais?

É hipocrisia sorrir por pensar que o outro está pior que você.

As comparações devem ser feita dentro de sua vivência, escolher entre como você está e como desejo estar é o primeiro passo para novas concepções de vida, as opções se oportunizam e os caminhos aparecem.

Eu, hoje, escolho ser feliz e você?

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A beleza está na luz emitida, mesmo na escuridão da noite, as estrelas tem seu charme.


Ainda é pela manhã.

Ouço os pássaros, os carros, a campainha tocando, o movimento dos talheres na cozinha, o rádio ligado, os vizinhos gritando, o cachorro latindo e mesmo assim adormeço por alguns segundos em meu leito próxima a janela.

Uma brisa acaricia minha face e junto a ela um feche de luz se esquiva iluminando o caminho até os meus olhos que repousavam.

Calmamente vou me dando conta que estava adormecida, piscando lentamente vou me acostumando com a claridade e ao mesmo tempo percebendo meu corpo, cansada de tantos bombardeios mantenho-me em silêncio, posso ouvir minha respiração e meus pensamentos quase no mesmo ritmo, é tão bom sentir-se assim, ninguém pode me ouvir, posso ter em mente qualquer coisa.

Com os olhos entreaberto vejo através da fresta da janela o céu cinza, mas isso não quer dizer que a ausência daquele azul saturado é um empecilho para apreciar-lo. A luz difusa realça lugares que eu não enxergava quando estava condicionada aos saturados de um dia sem nuvens.

Um arcanjo mandou o recado. Ele que tem o dom da cura e que foi enviado para "ensinai-nos a viver sobrenaturalmente, elevando sem cessar nossas almas, acima das coisas terrenas", trouxe de volta a pessoa que desejava e que havia me conquistado. No romper da madrugada compartilhamos suas palavras e algo mudou em mim, daqui pra frente nada será como antes.






quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O Céu está chorando

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Duas noites insones

Um dia entregue ao obscuro de uma mente cansada

Dominada pela solidão de pensamentos pessimistas, abrindo janelas para sentimentos corrosivos, faziam-me sentir a razão da caixa de Pandora se abrir e todos os males da humanidade fluírem, sentia-me um estorvo tão grande que não havia força para levantar da cama.

A prostração era meu refúgio dos problemas que aconteciam e as lágrimas eram gotas do sabor de entrega. Se é que esse tipo de delação pode ter sabor.

As horas passavam e o silêncio da solidão calava e sufocava aquele músculo pulsante que guardo dentro de mim, tantas razões corriam e buscavam rapidamente recordações dolorosas que rasgavam minhas entranhas e dilaceravam os sentimentos puros, tornando-me uma pessoa que eu não desejava ser.

Sem conseguir distinguir se haveriam motivos ou razão para tal alimento da obscuridade fui dando vazão a voz que vinha do coração e o silêncio calou-se, permitiu assumir erros e tocou profundo.

A dor faz parte de muitos processos, são sucessivas mortes das partes que não lhe cabe mais, é um espaço dado para que se possa mudar o cultivo e assim moldar da melhor forma.

A melodia que ouço tranquiliza um humor inconveniente, as ondas do mar que avistava daquele banco de madeira que a muito não me fazia retornar, acalmam meu espírito e renovam meu ser, não posso viver sem essas ondas que me acolhem, a brisa vinda do horizonte refrescava minha mente e me preparava para o retorno ao trabalho.