Quando a incerteza do que fazer confunde as vontades da razão, o coração atordoado sofre.
Buscamos um ponto que nos equilibre, um porto seguro, um lugar que seja a projeção do nosso interior para que as decisões tornem-se claras, ficamos confusos, buscamos respostas nos martirizando e aí o vazio aparece, é como se alguém arrancasse um órgão vital e você assistisse tudo paralisado e o sangue jorrando, é como se desligassem as luzes coloridas e o breu fosse cortado por uma vela, você tem a certeza de que algum momento isso vai passar, você deseja que seja breve, mas ao mesmo tempo tem medo de que aconteça de novo e de que entre um sonho e outro, um pesadelo salgasse a sua noite. Se entrega em um melancolia profunda, você chora para que a dor seja levada pela enxurrada de lágrimas, você perde a voz para que evite balbuciar o nome do seu amor que se foi, você se tranca em um quarto escuro para que o colorido do mundo não desperte inveja ao seu sofrimento e as coisas se tornem pior. Sinto-me sensibilizada com sua dor, desejaria teletransportar para onde você está e partilhar de apenas um abraço acolhedor para que essa dor que sentes pudesse ser dissipada, gostaria de contar boas novas para que vibrasse comigo e que esquecesse por alguns momentos a sua angustia, gostaria de ligar o botãozinho daquela amiga "arretada" e valente que enfrenta qualquer um, mas infelizmente são só desejos meus, sei o quanto é difícil tentar mudar a situação então acenda uma vela agradecendo tudo que tens e saiba que se estiveres lá no fundo daquele poço sombrio, que conhecemos tão bem, arranjarei uma corda para te trazer de volta.