quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Um suspiro de dor

Em um banco de praça, sinto a caneta bailar entre meus dedos desenhando pensamentos em uma folha em branco, era um desabafo, algo que vem me sufocando nas últimas semanas, o trabalho não flui como gostaria, o desejo da resolução esmorecia com a frustração das expectativas, as lágrimas afogavam a menina dos olhos todas as vezes que começava a pensar, sem disfarces ou outras faces, não escondo o que estou a sentir, posso calar, remoer e secar o amor com a mágoa que habita o peito nesse momento. Em meu rosto reluz que algo de errado está acontecendo e em minhas palavras poéticas torno lúdico o sofrimento.

Luto para que meu sorriso não desapareça, porque sei que ele é capaz de iluminar o dia de alguém.

Desespero, ele reina em esconder-se, pois por muitas vezes sou refém da minha impotência diante doa outros, confesso que não sei me impor, sinto-me fraca, fingindo que tudo está bem e que tudo vai dar certo, sozinha tenho medo de perder o meu bem mais precioso.

O que era para ser a minha base, o meu ponto estrutural, tornou-se algo condenado, interditado pelo órgão mais poderoso, o coração, para a desocupação urgente, pois as estruturas estão abaladas e a qualquer momento virá a ruir.

Digo- lhe que em muitos momentos sinto falta de um afago, um carinho, uma palavra de conforto, credibilidade na minha capacidade, só que, depois que ele se foi tudo ficou diferente, ele era um nó que nos unia, a falta dele é um laço que nos desfez.

Choro porque se foi e hoje não tenho ninguém igual, choro por muitas vezes porque remo em acreditar que o que parecia perfeito não passa de aparência e hipocrisia, sinto inveja dos privilegiados, queria não estar aqui, queria esquecer o meu passado, queria apenas que ele estivesse comigo e então eu saberia o que fazer.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Pela janela eu vi

Será que em algum lugar eu me perdi?
Você partiu sem mim e não sei o que ficou
Talvez pedaços de algo que passou

Será que era um conto de fadas?
ou será que nada existiu?

Você partiu e agora?
não sei se volta para mim
me quebrou em mil pedaços

Partilhei estes cacos
perdi minha alma
já não durmo mais pensando em ti

Errei e agora já sei
meu coração é seu
e você não é mais meu...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Ele.


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Estou tão apaixonada hoje que a lágrima que escorre da minha face nesse momento não dói, não arde e nem é salgada, ela é adocicada, suave e de um carinho que aquece o coração.

Ela surgiu da saudade de algumas horas que pareciam dias inteiros sem tê-lo, de um desejo de cuidar dele como se fosse à primeira vez em que estivemos juntos, uma vontade de abraça-lo como aquele dia em que percebi e permiti que soubesse o quanto meu corpo o desejava, quando a duvida havia se tornado certeza, o ambiente ao qual eu estava já não me pertencia, as pessoas que circulavam eram apenas pessoas e eu estava ali apenas para esquecer as minha aflições.

Hoje, durante o dia em frente ao notebook olhei diversas vezes para o meu celular, o papel de parede desse pequeno “mobile” é o retrato de um fim de semana especial, com um beijo de fechar os olhos e um bico de muita satisfação, a foto me fez reviver momentos que eternizamos em um “click” e que ele faz com muita precisão. Lembrei de todas as manhãs em que saio para trabalhar e ele está dormindo, pois é cedo demais e é exatamente essa hora em que lhe vejo de outra forma, é a hora em que tenho a certeza de que quero ele e somente ele ao meu lado, não importa por quantas dificuldades tenhamos que passar, por quantas lágrimas ainda tenho que derramar, só de estar com ele em todos os instantes faz com que eu experimente a vontade de ser mãe de seu filho, que eu construa uma família de verdade, que eu presencie as mudanças mutuas, que tenhamos nosso lugar e que possamos apenas crescer juntos.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Chegou a Hora!


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"Escrever é registrar o sentimento da sua alma. Publicar é o seu grito de liberdade."
Carla Palmeira


Sempre soube que a realidade é cruel e o sofrimento é o resultado da falta de preparação. Então, peguntava-me todas as noites enquanto sozinha em meu quarto, enquanto os carros passavam lá embaixo, os passarinhos cantarolavam e a casa se movimentava, o sono era interrompido todas as madrugadas pelos caminhos que os dedos percorriam no teclado de um computador iluminado por uma lâmpada incandescente sem ideias, não eram os meus dedos, nem eram meus pensamentos, eram apenas a minha paciência e a submissão pelos julgamentos impostos em um retorno. 

Por que viver nessa realidade tão avassaladora?  

Não advenho de família sem condições financeiras, nunca vi meus pais passarem "aperto", nunca presenciei um corte de luz ou água por falta de pagamento, sempre tive a minha cama quente mesmo com chuva, sempre tive comida na mesa em dia de seca, chuveiro elétrico em tempo de frio, roupas de boa qualidade nas datas festivas, festa de aniversário até os 10 anos por escolha minha, nunca tive mesada, mas se a solicitasse eu haveria de ganhar, nas férias nunca tive problema com tempo ocioso, pois estávamos sempre viajando.

Passei por algumas dificuldades que me fizeram crescer e ter a certeza de que a fantasia só é boa nos livros de contos de fadas.

Busquei responsabilidade desde cedo e mesmo sendo correta nunca era elogiada, pensava em fazer diferente do que vivi com os meus progenitores se um dia realizasse o meu maior desejo, ser mãe. Quando queria ser notada a pirraça era minha arma mais forte, mas devido as consequências, optava pela desistência, hoje pago pelos erros cometidos, ouço pela permissividade e o sorriso inocente torna-se um sorriso sutil ao passar dos anos.

Bem tarde a hora chegou, e se o momento é agora, fica claro o "porque" de muitos mudarem. É bem verdade que foram alvos de minhas críticas nada construtivas e hoje na cartilha de errado e certo, fui a que mais errou, talvez por não saber como agir ou por permitir a superproteção e não reagir. Criei um mundo que nunca existiu, era cômodo fingir não existir problemas, lá eu sentia que não incomodaria ninguém, lá eu era amada, mesmo que superficialmente, mesmo que por interesse, mesmo que fosse de aparência.

O medo da perda surgiu quando um pedaço de mim se foi e a realidade ficou cada dia mais distante, depois de ontem o que se tornou distante foi a fantasia, sem desculpas, sem perdões, sem pudores e sem restrições serei mais real. As perdas existirão e nesse momento tenho algumas certezas que antes não pertenciam a mim e preparo-me para o amanhã de cada dia, metas já foram processadas no silêncio das horas e serão contempladas ao passar do tempo.








segunda-feira, 26 de março de 2012

Palavras que doem

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Em função de ti orei

Olhei em seus olhos e tive a certeza do que eu queria, um frio na barriga dominou o meu dia e fiquei a pensar se nós estávamos sendo um fardo para ti.

A juventude está na data de nascimento, mas a velhice está na sabedoria e na vivência. Confesso que possuo um medo maior do que eu de mais uma vez não ser a pessoa merecedora da "tal" felicidade que todo ser humano busca. 

Não me questione! Não sabereis as palavras corretas para formalizar uma explicação plausível.

Em momentos de stress ouço suas duras palavras e tento dissocia-las e assim me vejo mais uma vez em um ciclo inevitável de dor e aflição, de duvidas e tristezas.

A paralisia impede meus passos largos, dissolve um sorriso e uma alegria que poderia iluminar tal momento e tudo que faço é em vão, deixo de pensar em nós três e penso em nós dois, eu e ele. O que farei mais uma vez?

O retorno pode ser inevitável, mas não será a solução, não quero e não devo aguentar tudo de novo e é nesses momentos de desespero que fico a pensar se sempre será assim, sem ti penso em ir embora, ir para longe para nunca mais voltar, ouvir apenas seu nome e que estais feliz, perder-te seria mais um fim de uma história que poderia ter final feliz, quando penso em ti vejo meu alicerce e confio que qualquer sacrifício vale a pena, mas quando fala que está pesado para ti, vejo meu alicerce ruir e sinto-me inútil, sinto-me uma pedra no caminho e escuto as vozes das criticas permitindo abrir a porta de um poço sem fim.

Arrastando-me, ainda consigo dar passos a frente, mas ainda não tenho força para levantar, mantenho a mente sã e puxo aquele espelho que sempre me refletiu e o ouço, pois passa por problemas semelhantes.

Será que estamos fadados a este fim? 

Tenho certeza que preciso de ajuda e não sei a quem pedir, aqueles quem eu poderia contar me magoam quando tem oportunidade e quando não tem também, seja por terceiros ou por comportamento, sinto-me sozinha apesar de hoje saber que tenho Deus que olha por nós, achei minha fé, reencontrei sentido em acreditar e assim prosperar, mas as aprovações são árduas e temo não ser forte o suficiente para poder aguentá-las ou progredir.

Hoje a tristeza tomo conta do meu dia, o sorriso se esvaiu e o silêncio, ah! o silêncio, este me acompanha na Introspecção do eco dessas tais palavras em que escutei. 

Espero somente que o dia termine bem e se não houver um fim desse mal estar, que pelo menos esteja breve, para que tudo possa ser como antes.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Todo carnaval tem seu fim...


A colombina chorou ao se despedir do seu pierrô que voltara para casa ao fim de seis dias, as princesas retornaram a suas torres, pois os príncipes viraram sapos, os colares se partiram depois de beijos, abraços e amassos, as pernas perderam o compasso, as lágrimas borraram a maquiagem e a chuva lavou o que restou de um grande amor.

As máscaras ao chão enlameavam-se, despiam aquele que se disfarçava na multidão e agora faziam parte do caminhão que passou sem deixar marcas, que limpava o que fora deixado pra trás, entre quedas, rompimentos e surpresas, a vida aos poucos volta ao normal e um vazio preenche alguns corações, talvez por um amor de carnaval ou por um beijo sem nome, talvez por uma conversa a dois que não se terminou.

Há de quem trabalhou e que em algum momento voltou para casa mais verdadeiro do que quando se terminou, com rompantes de romantismo que se quebrou em palavras duras, com afagos que rompeu-se em rispidez, um desejo a noite, uma mudança pela manhã e um dia pensando na pessoa amada.

Há também quem brincou junto, dividindo sorrisos, alegria, palavras, conselhos e carinho. Quem ouviu as dores, as lembranças e quem viu o coração apertar e os olhos chorarem. Quem compartilhou saudade, que confessou desejos, mistérios e quem confiou. Há quem também nada disse, que se calou ao ver-lo entrar, que sentiu uma imensa vontade de agarrar e dizer que está tudo bem.

E ainda há daqueles que nada viveu, somente sonhou, criou e partiu em meio as nuvens que o cercava, dissipando com a melodia que chegava baixinha pela porta e assim como toda a história que tem um fim, faz-se mais um carnaval, para encontrar o que um dia perdeu ou para viver o que se não viveu...