quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Carta de despedida?! Espero que venha no meu findar natural....

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Há muito que venho silenciando-me, partilhando o "restinho" de poucos sorrisos quando escolho não pensar, quando resolvo ser uma árvore dançando aos assobios do vento.
Para quem me vê, continuo frondosa e até mudada, cabelos crescidos, unhas grandes de uma mulher balzaquiana, roupas adequadas para a ocasião, não mais artista e muito mais o que devo ser, não mais moleca e muita mais mãe.

Infelizmente luto contra cupins que me consomem internamente como um câncer sem cura. Engulo comprimidos que me rasgam o esôfago, que criam úlceras e nada solucionam.

Tenho minutos de grandes emoções, muitas vezes acompanhada ou até mesmo só, são pedaços inesquecíveis em que revelo-me grandiosa, porém é triste o estado de felicidade, porque incomoda tanto que prefiro estar aqui, nesse limiar de poucos passos ao fim.

Confesso que nessas 48 horas de primeiros dias de "TPM" pensei em como começar uma carta de despedida, me imaginei diversas vezes fora do mundo de pessoas que são meus pequenos mundos, pensei na falta que sentiria de cada uma delas e então percebi que aqueles que optam por esse caminho precisa estar muito certo do que fazer, precisa saber que borrariam um passado e que "deletariam" um futuro que provavelmente seria promissor. 

Quando esse vulcão de emoções resolve acordar, a explosão pode ser ouvida a quilômetros de distância e o desastre, felizmente, não chega a ser fatal, e é na exatidão do calor que observo o que tenho pela frente e que nenhuma ventania, tempestade, furacões, terremotos, enfim, desastres irão impedir de reconstruir uma cidade inteira, sou plenamente consciente de que o vigor nunca é o mesmo e que a opção de desistir aparece com mais frequência, é muito mais cômodo deixar o ônibus passar para depois pegar outro mais vazio e se não vier vazio que venha o próximo.

Tentador, não é?

Então, apesar dos impedimentos em campo quando estou prestes a realizar o gol, apesar de grandes quantidades de lágrimas derramadas, apesar do rosto inchado, tenho pessoas especiais que estão comigo em qualquer ocasião, em qualquer ligação, em qualquer pensamento, independente da distância ou da disponibilidade.


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Revirando um baú de memórias que não se perderam

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Muitas vezes olhei este mesmo horizonte e infelizmente foram em momentos de infortúnio, mesmo assim, enquanto as lágrimas escorriam minha face e um nó na garganta dificultava engolir, conseguia encher o peito e agradecer sem ser piegas ou sonhadora, fazia isso porque, por pior que as coisas parecessem ser eu sempre tive esperança que ia passar.


Depois de um tempo passei aceitar os acontecimentos e seguir, não queria saber se era para frente, para trás ou para os lados, eu simplesmente seguia. Estava cansada de reprises em minha vida, era como se um filme repetisse diversas vezes sem finais felizes, era como se eu fizesse uma limpeza para que os outros seguissem, já estava me acostumando com os "repetecos" que a vida me dava, pensava se seria minha missão ser faxineira de passados ruins (risos), até que as coisas mudaram, eu havia vivido tropeços, ninguém me dizia o que fazer e se eu realmente estava errada quando eu errava, se eu havia sido intolerante quando eu era intolerante, eu não sabia a diferença de ser grossa ou  estar indignada. 

Estou reaprendendo a caminhar e agora me vejo perdida, procurando por algo que me conecte aquela sensação de que estar feliz é prenuncio de tristezas longas e sombrias, e não encontro essa sensação. Diversas vezes notícias boas me dão arrepio de medo o que não deveria ser, mas também não sei me desvencilhar desse desejo inconsciente.

Joguei muita coisa fora e arranquei raízes que me faziam mal, desmatei ervas daninhas que roubavam a seiva de árvores frondosas, sei que ainda tenho mágoas incuráveis e peço todos os dias que eu consiga sarar, acredito que tenho "perdões" que ainda não foram perdoados e chegar a esse estado sublime nem com muita meditação, os imperfeitos amam mais e não procuram razão de explicar, são incuráveis e sedentos e assim sou eu.

Não procuro salvação, mas tenho uma "carta na manga", a minha mente, a minha mão direita, um papel em branco e caneta para que hajam desabafos que poucos ouvidos suportariam escutar e poucos corações ousariam entender, estou armada, mas não com as armas de Jorge (risos) e por algum motivo retornei aqui, onde vejo o horizonte, sinto a brisa e ouço o mar...











sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Frio na barriga e a certeza dos meus erros

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Choro porque não consigo definir palavras, 
Calo-me para não piorar os erros que cometi, 
Abaixo a cabeça e ouço as ofensas porque não me sinto no direito de revida-las.

Muito do que penso guardo para mim, 
Talvez seja um dos meus maiores defeitos, 
Se passo por certas dificuldades não consigo partilhar, 
Tenho ações que me julgam e me condenam e desvencilhar desse modo de ser torna-se um árduo fardo.

Estou aprendendo a lei da observação, 
Escuto com atenção e se mudo é porque acredito que devo. 
O coração sangra de amor e mágoas, em certos momentos há uma hemorragia que preocupa-me se terei cicatrização ou seria necessário uma transfusão. 

A resolução de boa parte desse desequilíbrio que me consome é a distância visual, de longe amarei mais, cuidarei mais e nas visitas esporádicas a valorização será maior.

Por enquanto, tento manter o equilíbrio apesar de estar no limite...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Uma carta de pedido

Foto: Lu Kiwi

Ao Sr. Moros,

Deus dos destinos e sortes, faça-me entender o que devo fazer, os caminhos escolhidos comumente são bem árduos, é fato que aprendo, mas sofro na mesma proporção, seja pelos erros alheios ou meus e a culpa sempre recairá sobre mim e o que antes poderia ser uma conversa, torna-se queixa.

Estou tão perdida nessa máquina voadora chamada vida, são tantos botões, manivelas e comandos que olho para o lado e não há nenhum instrutor disponível pois estão sempre muito ocupados para me notar, e se realmente quero voar a solidão será minha professora mais próxima, deverei correr riscos suicida.

Pensando bem, o que é a vida se não possibilidades de morte?

Então, despeço-me humildemente como todos os mortais deveriam fazer e aguardo um breve retorno, uma luz, um sinal ou uma carta.




Mais uma vez

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Enquanto nos preocupamos tanto com esse ser, que se desenvolve perante meu cuidados e olhos, para que não se sinta um peso, ele segue tranquilo e quem se sente peso aqui, sou eu.

Muitas vezes abdiquei das minhas vontades para que tudo fluísse harmonicamente, como a composição de uma bela melodia, para que eu pudesse manter quem eu amo ao meu lado, e se em algum momento desafinasse, o erro era do maestro que não soube conduzir, e aí o fatídico: "Eu tentei" apareceria.

Estou em mudança constante, porque tenho a certeza que não sou boa como deveria, a todo tropeço ouço críticas de como eu deveria ser, de como sou complicada, engulo meus argumentos e assumo o erro, que nem sempre são erros eu e sim um desvio na mensagem, mas infelizmente tudo parte de mim.

Acredito que nesse momento os erros me assumiram e não o inverso, estou em um espaço ao qual não pertenço, se entro silenciosa interpretam que eu estou triste, se entro sorrindo fazem cara de absurdo, pois, em meio a tantos problemas financeiros, não entendem que ainda há motivos para sorrir.

Às vezes me pergunto se a maior parte da minha felicidade foi com você naquela madrugada chuvosa, acredito que o meu erro é tentar, então desculpe-me, mas a partir de hoje paro de tentar, farei uma lista sem fim e entenderei os interesses de cada um, farei o que desejam, sentirei falta das minha vontades e assim resgato o que não foi embora e que cai novamente em meu caminho, pode ser destino, carma ou que quer que seja, deve ser.

Em um passado distante acreditei que podíamos mudar nosso destino, já que tínhamos uma ferramenta tão poderosa nas mãos, o livre arbítrio, mais uma vez, estava errada.

Enquanto escrevo sinto uma dor no peito, o coração em pedaços escorre e embrulha meu estômago e ao mesmo tempo um sorriso na face esvai, os sons começam a distorcer me confundindo, as pessoas apenas passam e o os olhos negros são embebidos de água salina enquanto aguardo o meu retorno para a rotina diária de ser sugada no trabalho.

Dentre o cardápio de opções que tive acesso, escolho engolir sapos para que eu possa usufruir do conforto dado ao meu filho, se calo-me e o sol se esconde entre nuvens, tenho meu dia cinza, mas com isso posso tornar oportuno para que o Sol brilhe para muitos, o que é uma gota em um oceano? quem sou eu para mudar alguma coisa?

Hoje faço algumas escolhas e dentro delas manter-se tranquila é um bom escudo para não me machucar, ouvirei e aguardarei momentos melhores, noto que às vezes, o meu sorriso pode ser um tormento, só o que posso dizer é: "Adeus tentativas e bem vinda aceitação".



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Silêncio





As palavras adormeceram em meus lábios, e o que tinha para dizer calou-se.

Meus dedos estão dormentes de tanto permanecerem na mesma posição. Ainda parados, eles aguardam um parceiro para bailar pelas letras dispostas no teclado e assim construir a desconstrução das minhas indagações.

Em diversos momentos surgem textos, poesias e poemas, mas quando levanto-me e sacudo a poeira o vento os leva como se fosse folhas caídas em pleno outono em uma ventania de inverno.

O tempo corre como se disputasse uma olimpíada e ao mirar naquela poça d'água que antes era minha, nos meus choros incontroláveis e diários, o reflexo mostra as marcas de um tempo que passou e assim descolore os fios negros dos meus cabelos, o que antes eram apenas a posição da luz, agora são problemas resolvidos.