domingo, 8 de maio de 2011

Feliz dia das Mães!


Sim! Sou mãe. Com todo o significado que essa palavra pode ter.

E o que é ser mãe?

Colocar em palavras o que é ser tal função designada pela natureza torna-se complicado, porque não poderás imprimir tanto fervor de ser o que é em apenas palavras. Mesmo assim compartilho o que é ser mãe para mim.

É dedicar, é amar incondicionalmente sendo capaz de perdoar todos os defeitos e assumir seus erros na permissividade quando ele olha daquele jeito manhoso e diz: "Deixa, vai!".

Um dia você já fez isso!

É olhar para ele e não querer sair mais nunca do seu lado, é saber que vai criar para o mundo, mas mesmo assim quer que ele continue com você, é sorrir quando ele diz que você é a melhor mãe do mundo, é chorar quando sabes que o tempo está passando e ele está ficando um rapaz, é ter medo de errar, mas mesmo assim arrisca, é estar triste quando o que você mais quer é que ele te ouça para se preparar para o percalços da vida. E ele nunca vai te ouvir, mas você vai estar lá para dar colo.

Ainda não entendia o valor da data até hoje, pois a sociedade trata como algo comercial, o que não deveria ser. É irônico o quanto é interminável nosso aprendizado, ao ouvir de alguém que ama que suas atitudes são estranhas, são diferentes, só porque você não acredita naquilo ou nisso, isso desperta uma interrogação na sua cabeça e você para pra pensar, rever alguns valores, alguns pensamentos e reformula ideias.

Recorri a internet e pesquisei. Por que hoje seria considerado o dia das mães?

Achei! E agora sim, acho muito válido comemorar, não com presentes, mas com amor, não com almoços ou jantares, mas com respeito e união, com um olhar e as palavras mais sinceras: "Mãe, eu te amo!"

"O Dia das Mães também designado de Dia da Mãe teve a sua origem no princípio do século XX, quando uma jovem norte-americana, Anna Jarvis, perdeu sua mãe e entrou em completa depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a ideia de perpetuar a memória da mãe de Annie com uma festa. Annie quis que a homenagem fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas. Em pouco tempo, a comemoração e consequentemente o Dia das Mães se alastrou por todos os Estados Unidos e, em 1914, sua data foi oficializada pelo presidente Woodrow Wilson" (Wikipédia)



quinta-feira, 5 de maio de 2011

Simples assim

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Olho pra você no meio da noite e estais a dormir, sonhas com algo bom pois um sorriso teima a aflorar no canto da boca.

Me pego também a olhar pra ti quando estais a falar, falar sem parar, preocupado nas formas de sobrevivência nesta sociedade capitalista.

Os pensamentos devaneiam e sonham. Sim! Eles tem vontade própria, eles andam e divagam em ideias insanas sem nexo, complexo.

Vou para tão distante e retorno, sabendo que tudo para mim foi por acaso e com ele surgiu o "eu caso", simples assim!

Ouço tua voz dizer dos planos, dos anseios, dos desejos e dos sonhos alcançáveis e se não são, você acredita e sempre dá um jeito.

Fico com aquele sorriso bobo quando me põe no colo e suas mãos se perdem nos meus cabelos, e é gostoso se sentir assim.

Assumo que posso ser boba a toda instante, principalmente quando consegues me desmontar com suas análises de um excelente observador e me dá toda a certeza de que a felicidade está nas grandes realizações do coração.

Hoje sou mais feliz do que os "ontens" que tive em meu calendário e este resultado eu posso afirmar que me deste a oportunidade de descobri-lo, de arriscar, de apostar na meia luz de uma madrugada de confissões, comprovados em melodias, susurros, olhares, sorrisos, toques, abraços, palavras e declarações...ações.






segunda-feira, 18 de abril de 2011

Uma das madrugadas insones que não costumamos ter


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Olhos nos olhos e um nó na garganta, sua voz ecoava dentro dos seus pensamentos.

Aquela ferida de muitos anos atrás havia se aberto e o aperto no peito a sufocou quando ouviu aquelas fulminantes palavras.

Deitou, enterrou o rosto entre os lençóis e fechou os olhos.

Ele não imaginava o quão longe tivesse ido, a vontade de entender o que se passava, a
insegurança que sentias e a vontade sublime que o amor dele tinha de ajudá-la o guiava para tentar entrar em sua mente através dos seus olhos, rasgava-lhe o peito ver seus olhos e ouvir sua indignação da frustração de não ter conseguido dar o passo desejado, de começar a se sentir incomodado.

Ela sentia perder ele aos poucos e somente por sua culpa, a cabeça baixa era para esconder suas lágrimas, sua tristeza surgia por ter que remexer naquele passado doloroso que desejara esquecer.

Para ela é difícil organizar as ideias para que sejam expostas com clareza e coesão, enquanto ele faz tão bem, diz o que quer e o que sente com uma naturalidade invejável. Dominada por um medo aterrorizante de cometer os mesmos erros e de chegar ao fim da mesma maneira, ela não aguentaria, era fato que se a história se repetisse a sua vida sucumbiria e ela sobreviveria apenas aos dias e as noites.

Olhava para aquela porta do quarto deles como se fosse um portal de outra dimensão, achando que, era a melhor opção para o desejo de sua fuga, uma ida para nunca mais voltar, um querer de deixar de existir, de largar tudo e se reinventar, enlouquecer e nunca mais voltar, substituir papeis, deixando a sua base e sua riqueza maior em suas mãos, sabendo que estaria em boas mãos.

Ela se martiriza pelos seus erros tentando esquecer as feridas da vida, compondo um silêncio sepulcral para que essa dor não seja compartilhada, defeito? Não sei. Não entendo deste assunto, faria o mesmo, guardaria nas gavetas os dissabores para que não despertassem os olhares de pena. Guerreira, e assim como guerreiros, ela tinha seu momento frágil.

Ele tem razão, as coisas precisam ser ditas, expostas e não testadas.

Depois desse tropeço que repercutiu em um refletir o dia inteiro e um não se sentir a vontade consigo, acredito que ela vai rever e montar uma estratégia para esse resgate, trazer a sí mesma com vida e para a vida.

E ele continua a ter razão e é por isso que o amor dela ganha cor, desejos e flores...





domingo, 27 de março de 2011

O Domingo de um outuno chuvoso

Foto: Bloínquês


Um dia chuvoso em pleno Outono e as pessoas evitam sair, mas um filme é a melhor pedida. Aqueles que tem uma companhia, "cobertor de orelha", optam pela pipoca com chocolate quente no sofá de casa e os solitários curtem a solitude em uma sala de cinema.


Um domingo qualquer pode ser o dia mais improvável para se ter alguém nos braços, mas foi assim que três inusitados casais se formaram naquela tarde chuvosa, cada um com vidas diferentes se encontraram em uma sala vazia de um cinema.


Senhores, senhoras e jovens enamorados, a projeção naquela tela não dizia nada, o calor da sala aumentava ao modo que os entrelaces eram feitos em cadeia. Mãos, pernas, braços e beijos ardentes. No escuro de uma sala tudo podia acontecer.


Ao modo que o filme ia chegando ao fim, a melancolia do dia abatia os espectadores, a distância entre os casais iam aumentando, a sala tornava-se fria e os créditos finais iam sendo projetados lentamente na tela, as luzes acendiam informando que era hora de ir embora, sem saber os nomes uns dos outros ou se haveriam próximos encontros, foram saindo vagarasomente. Um silêncio sepulcral dominava os corredores de saída e o dia se findava.



** 62ª Edição Visual do projeto Bloínquês

terça-feira, 22 de março de 2011

Eu e você on line

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Era uma manhã de carnaval e a cidade estava em festa, mas no coração da folia, uma garota de cabelos longos e negros, com um pouco mais que 21 anos, era avistada em uma daquelas janelas que beiravam o mar, sentada defronte ao computador esperava algo de bom acontecer.


As ruas lotadas de foliões, alegres e cantantes e a sua rede de amigos "off line". Melancólica, por causa de um desamor ela não queria colocar os pés para fora do quarto.


Do outro lado do mundo, um garoto também era avistado em sua janela que beirava o mar, cabelos lisos que caiam sobre o rosto e o olhar firme, incansável, mirava o seu computador na esperança de poder conversar com alguém, de ter uma companhia naquela noite fria. Em uma dessas salas de bate papo eles se encontraram. Era fácil, já que no Carnaval os jovens costumam sair de casa e esquecem da Internet. E foi assim que tudo começou...




- Olá! É meio desconcertante conhecer alguém por aqui. Podemos ser quem quisermos, mas infelizmente ou felizmente não consigo criar um mundo em que não pertenço, um mundo sem realidades. Bom, me chamo Akira e você?

- Olá! Concordo com você, não sei nem como me portar por aqui, primeira vez que visito tal site. Estou tão sozinha nesta manhã de carnaval que busquei companhias "on line". Chega a ser o cumulo do vazio que a tecnologia nos proporciona. Bom, me chamo Alice e moro em Salvador.

- Caramba! Estamos bem distante. Moro em Sendai, no Japão. Bonito nome, és tão curiosa e aventureira quanto a história que ouvia de minha mãe ao adormecer, Srta. Alice no País das Maravilhas?



Aquela conversa que iniciou timidamente havia tomado proporções maiores ao passar de algumas horas. Infelizmente, ele precisava se despedir, já passara de 00h00 e enquanto ele ia se deitar, Alice ia almoçar com a família e o pensamento em Akira. Nos dias seguintes, conversavam por horas até ele adormecer. Falavam da família, dos desejos, dos sonhos, da cultura. Falavam de tudo um pouco, era como se conhecessem a muito tempo. Todos os dias no mesmo horário eles estavam a olhar para o computador na esperança de um chamar o outro.

O carnaval havia acabado, a rotina de Alice começara, ela estudava belas artes, fazia balé e tocava violino. Ele era estudante de Engenharia na Universidade de Tohoku e tocava piano nas horas vagas, disciplinado e dedicado como todo descendente de japonês, havia muito tempo que ele voltara com a família para o Japão. A relação dos dois aumentava e um amor incondicional nascia, Alice cantava e bailava em seu apartamento e sua mãe estranhava tal atitude. Ela estava diferente. Como uma pessoa que ela nunca viu poderia ter tanta influência em seu comportamento?


- Oi meu pequeno "sensei" pianista! Como foi o seu dia hoje? Tenho tanto para lhe contar. Terei minha primeira apresentação de balé nesta sexta-feira, quero conversar com você quando chegar, contar como foi e finalmente trocarmos fotos. Quero que me veja bailando como uma bela borboleta. Participarei também de um teste para compor a orquestra de violino, estou tão nervosa, não sei se vou conseguir. É tão bom poder compartilhar com você. Já falei com minha mãe, pedi de presente uma viagem ao Japão, quero conhecer sua cultura, quero que me leve para os lugares lindos de que tanto fala.


- Calma pequena Alice! Está eufórica hoje. Queria muito estar aí para te ver deslizar no palco, brilhar como uma estrela. Não se preocupe, estarei lhe aguardando para saber as novidades.

Estou muito feliz em poder te fazer tão bem e será um imenso prazer recebe-la no Japão. Meu pai é brasileiro e por incrível que possa parecer, ele já trabalhou um tempo na sua cidade (risos). Agora preciso ir, sei que quando chegar será bem tarde aí no Brasil, se você aguentar estarei por aqui conectado. Um beijo na ponta de seu nariz.


Akira nunca havia se despedido daquela forma, Alice desligou o computador bem saltitante e saiu para a academia de balé, pois no dia seguinte era o grande dia.


Era 10 de Março de 2011, Alice se apresentava belíssima no palco do Teatro Castro Alves, em uma apresentação solo. Ao terminar, a unica coisa que desejava era voltar correndo para casa, mas seus pais queriam comemorar, sairam todos, foram ao melhor restaurante japonês e comemoraram como se Akira tivesse com eles.


Chegaram em casa quase de madrugada. Ela tomou um banho frio para despertar e poder encontrar com seu amado, no Japão já era dia e ela não queria perder um só minuto de sua euforia.

Ligou o computador e chamou Akira:



- Cheguei! cheguei!

- Bom dia Srta Alice eufórica! (risos)

- Tenho tanto para dizer

- Que bom! Como foi a sua apresentação? Pode contar. Hoje não fui trabalhar, não estou me sentindo bem. Sensação estranha. Por favor, conte-me tudo.



Alice começou a contar nos mínimos detalhes sem ao menos deixar ele responder, via somente uma "carinha" sorrindo, uns três pontinhos para que ela continuasse e a conversa seguiu, até que do nada Akira havia ficado "off line", não havia se despedido. O que havia acontecido?

Ela parou de falar, o cursor na tela piscando hipnotizava o seu olhar e um aperto no peito lhe incomodava muito. A mesma pergunta ecoava em sua cabeça, o que havia acontecido?

Triste, Alice partiu para a cama e foi tentar dormir, quando amanheceu, como de costume, ligou a Tv e foi tomar café. Um grito rompeu o silêncio da casa, seu desespero era notório, sua mãe tentava entender o que havia acontecido e Alice não conseguia ao menos respirar, só apontava para a Tv, foi quando sua mãe virou e viu que um Tsunami havia destruído Sendai, no Japão, cidade em que Akira morava. Quando ela voltou seus olhos para sua filha, correu. Alice havia desmaiado e teve que ser hospitalizada, pela queda Alice teve que ficar em observação, sua mãe voltou em casa para pegar suas roupas e no quarto, o computador ainda estava ligado, ao se aproximar havia na tela um cursor a piscar, a foto de Akira e as ultimas palavras de Alice na madrugada: "Ainda espero sua resposta" ...

** Edição musical do Bloínquês: "Ainda espero a sua resposta" - (Nx Zero - Onde Estiver)

"2º lugar na 61ª Edição Musical Bloínquês"