sexta-feira, 30 de abril de 2010

Fim de tarde


Banco de madeira, caderno e caneta
palavras soltas sem conexão, intenção ou intervenção
brisa no rosto
shuuuuu
silêncio, pensamentos diversos, dispostos e expostos
o mar batendo nas pedras marcando o tempo que determinava aquele momento
quieta
inquieta
assobiava uma música

Banco de madeira, caderno e caneta
Fim de tarde
Pôr do Sol, silhuetas amantes
coloridos amigos, registros no compasso de um segundo
podia lembrar de qualquer coisa, mais não conseguia
silêncio, pensamentos diversos, dispostos e expostos...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A vontade de escrever quebra o silêncio



Hoje comecei o texto sem ideias, sem palavras
Hoje acordei leve, de bem com a vida
Pensei em mim e o que sou
Sei em parte do que quero
Sei que gosto do doce e do salgado,
do apimentado e temperado
Sei também que gosto de rir, muito, diga-se de passagem
Posso enlouquecer, as vezes, e muitas vezes calar
Gosto de ver a chuva cair e o sol se pôr,
gosto de ver a noite se despedir e o dia aparecer
Gosto de brincar rolando no chão, de sujar o que visto e as mãos
às vezes é bom estar sozinha, observando as nuvens caminhar na estrada da escuridão,
as estrelas no tilintar do seu brilho e a Lua crescendo até torna-se completa, plena
Gosto das trilhas sonoras de filme e das musicas de rádio
Gosto de viver intensamente cada sentimento
Se é para chorar, que berre
Se é para rir, que fluam as gargalhadas
Se é para doer, que sinta arrancar
Se é para fazer carinho, que envolva
Se é para olhar, que enxergue a alma
Gosto do simples com pitadas de complicado,
ou será o inverso?
Posso juntar e também misturar
Gosto do silêncio da noite, do calor da manhã
do cheiro de mato, da brisa do mar
Gosto do gosto gostoso de gostosamente saborear a vida do jeito que ela é, temperando diariamente para não enjoar.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Estou de TPM



Um dos dias mais chatos de conviver com a sociedade, tudo que falam levo ao extremo, é algo que fica difícil explicar para quem não tem, e pior, difícil controlar.

É quando a mulher forte e guerreira perde a guerra e quer colo
É quando a mãe imponente desse do pedestal e deixa de ser Deusa para ser mortal
É quando a filha adulta volta no tempo e torna-se uma criança indefesa
É quando a moleca saltitante e sorridente torna-se lágrimas e silêncio
É quando o único desejo torna-se o suplicio de não poder ser atendido, SUMIRrr...
São alguns dias de poucas palavras
São alguns dias de lágrimas
Solidão, carência
Porém, são apenas alguns dias...

sábado, 17 de abril de 2010

Amanhã são 8 anos



Amanhã é o aniversário da minha preciosidade
Lembro-me que a 8 anos atrás não sentia nenhuma dor, somente aflição, pois recebia o resultado da ultima ultra som informando que naquele momento eu precisava me preparar para internação, aos 8 meses de gestação eu não passava alimento para ele
Qual foi a causa? Ah! Uma simples picada de um inseto que faz um estrago grande, Dengue...
Ao final dos 7 meses eu fui convidada para ir a um casamento em Busca Vida, diga-se de passagem, foi um dos casamentos mais bonitos que presenciei, no dia seguinte, eu não conseguia levantar da cama, dores por todo o corpo e febre alta, chorei muito de desespero, tive medo de perdê-lo, então, imediatamente fui ao médico, foi constatado que eu estava de Dengue, devidamente medicada eu não levantava da cama, era horrível, depois que passou nenhum médico avisou ou poderia supor de que isso afetaria a minha gravidez, aos 8 meses tive uma perda considerável de liquido e fui fazer exame, foi aí que constataram:
- Mãe, você tem que se internar amanhã, urgente, pois não está passando alimento para seu bebê
Desesperada e tentando manter a calma me direcionei ao trabalho e no caminho fazia as devidas ligações (obstetra, hospital, parentes...).
No fim do expediente fui para casa, terminei de arrumar as coisas e fui tentar dormir, a ansiedade e o medo tomavam conta de mim naquela noite.
Quando amanheceu o dia fui ao hospital, em jejum fui colocada no soro, pessoas entravam e saiam do quarto, era muito constrangedor.
No final da tarde fui encaminhada a sala de cirurgia, sozinha, ninguém podia entrar, pois a sala era pequena, os minutos que antecedem a cirurgia são os mais agoniantes, o anestesista falou: -Deita em forma fetal. ((como posso deitar desta maneira com uma barriga enorme e que por acaso, só por acaso tem um bebê dentro?)), ok! Ai que dor! Só de pensar sinto a agulha penetrando minha coluna, sinto o liquido percorrer até minha pernas, parte do corpo adormecido, mãos amarradas, uma de cada lado, oxigênio, toquinha e aquele pano azul na minha frente, o anestesista ficou comigo o tempo todo, fazia carinho no meu rosto, segurava minha mão e conversava, perguntou se eu queria que ele descrevesse todos os procedimentos até o nascimento, e é claro que eu balancei a cabeça dizendo um sim bem grande, então começou, ele perguntou se eu sentia o que faziam, e é claro que senti, mais eu não sentia dor (ainda bem!), cortando, primeira tentativa de puxar, opa! para tudo! o pequeno Paulo Henrique está com a mão na cabeça (será que ele estava preocupado desde aquele momento? rsrsrs), antes mesmo que eu pudesse prever a doida da obstetra sobe em mim para poder fazer força para poder tirar ele sem prender o braço, silêncio...movimento na sala, um choro desesperador e ele junto a mim, chorei, chorei de emoção, depois não o vi mais, a anestesia foi me deixando bem "lerda", uma sensação de que eu estava altamente bêbada e drogada, recebi os pontos da cesária, fui transferida para a maca e me levaram para o quarto, no meio do caminho eu via minha mãe, minhas amigas irmãs (DiVa_MaLuCa), duendes, fadas, tudo colorido demais e apaguei.
No dia seguinte ao acordar fui proibida de falar (imagina só, eu, doida para contar tudo e não poder falar era impossível), as horas foram passando e nada do meu filho, comecei a ficar nervosa, tentavam me esconder o que acontecia e o nervosismo foi aumentando, fui impedida de dar a primeira mamada para ele, infelizmente ele havia engolido liquido amniotico e assim ficou em observação na UTI neo natal, quando pude vê-lo fiquei aflita, estava quietinho, com uma sonda, oxigênio, luz e um óculos improvisado, diariamente eu ia ao hospital visitá-lo e doar leite, pois não haviam dado alta para ele, eu sussurrava pertinho, conversava muito sobre o que o aguardava e pedia aos deuses que o protegesse.
Dez longos dias se passaram e então eu pude amamentá-lo e levá-lo para casa, acordava cedinho para tomar sol, de 3 em 3 horas ele mamava, trocava a fralda, e no intervalo eu tinha que tomar mingau de tudo que é tipo, tomar cerveja preta, muita água e fruta, confesso que me sentia um animal de engorda sendo alimentada para o abate (rsrsrsrsrs)
Pois é...8 anos se passaram e hoje ele está um rapaz, inteligente, sadio, companheiro, educado e super carinhoso, constrói coisas, luta capoeira, nada, mergulha e tem uma energia inesgotável.
Hoje, tudo o que desejo é que ele continue assim e seja um adulto sensacional.
Parabéns meu princípe ariano! Que os anjos iluminem sabiamente os seus passos.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Minha mente me traiu

Entristece o dia
uma avenida preto e branco
pessoas sem saturação
o céu e as ruas na mesma cor sem canto ou encantos
Salvador chove
Em uma cafeteria aqueço-me com um capuccino cremoso
desenvolvendo pensamentos
O tempo frio me deixa melancólica
o ideal é não estar sozinha
intervalo do trabalho
texto sem ordem e palavras sem conexão
minha mente me traiu
sonhos disformes atormentam-me acordada
pouco tempo para refletir
pouco tempo para decidir
desejo sumir
deixarei um bilhete
mais hoje eu só volto amanhã
como eu queria que fosse assim
quantas vezes farei do martírio uma desculpa para pagar os meus erros?
conselhos dado: "viva Carla, viva a sua vida..."
Boa noite!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Coletivo

Quarenta e seis lugares de histórias
Diversidade nas versões relatadas
Pessoas de diferentes espaços urbano, etnias e religiões transitam diariamente pelos lugares disponíveis, às vezes sentadas até o seu destino ou parte dele, às vezes em pé, às vezes apertada como em uma lata de sardinha, enfim, de qualquer forma passam por ali e são levadas e trazidas por alguém que conduz sem opinar em nada no sentido que segue
Hoje, curiosamente queria ter o poder de ouvir os pensamentos das pessoas, é interessante ser uma observadora do cotidiano, me fascina registrar esse dia a dia em diversas maneiras, seja em ela em fotos, seja ela em palavras, seja em ele em pensamentos
Quando estou em trânsito nesse transporte precário penso em diversos assuntos, ouço programas no rádio ou curto uma música, mais eu penso, olho o que acontece ao meu redor, o que se passa com aquele cara emburrado de mochila no colo, óculos escuro e fone de ouvido, será que ele está de saco cheio de acordar cedo e ir trabalhar? Será que ele está indo para a faculdade e a aula que terá não faz diferença na vida dele ou no seu futuro profissional? Será que brigou com os pais, com a mulher, com a namorada?
Quando eu era adolescente tinha receio de enlouquecer se ficasse em casa, então minhas tardes eram em um shopping próximo de onde eu moro, você deve estar perguntando: Você em Shopping???, mais eu nunca fui consumista e sempre detestei “passear” em shopping, era para ficar sentada na praça de alimentação, comendo?? NÃO. Observando os transeuntes
Para cada pessoa que passava eu criava uma história de vida, um diálogo introspectivo, desejos obscuros, me divertia tentando imaginar o que se passava com aquele indivíduo que eu nunca tinha visto ou meramente sido apresentada, não conhecia seu mundo ou se quer sua história
Loucura?
Pode ser!
Carência?
Pode ser também!
Mais com certeza fazia das minhas tardes mais produtivas e não permitia preencher minha mente com coisas vazias, assim a oficina do Diabo vivia fechada rsrsrsrs

Agora eu pergunto, por que que eu comecei a falar sobre isso?
Ah! Sei lá!