domingo, 31 de janeiro de 2010

Como era bom ser criança

Doçura no olhar que é endurecido ao passar dos dias
Sinceridade aceita na multidão e criticada ao crescer
Curiosidade saciada a cada resposta dada
Descobertas incríveis:
quando tomamos consciência de que não precisamos das mãos para poder se deslocar
quando o choro deixa de ser a única forma de chamar a atenção de quem nos ama
quando sugar se torna tedioso e o desafio é usar o garfo para se alimentar
quando as letras formam palavras, frases e textos
quando a pressa é a razão para desvencilhar obstáculos das fases de crescimento
Depois disso a infância passa, a adolescência chega e as dúvidas se instalam e com elas os medos pairam os passos dentro do seu mundo: grupo de amigos da escola, do condomínio, dos primos, dos amigos de seus amigos, dos primos de seus amigos...
Carregado de informações os meios de comunicação arrotam palavras e atitudes repentinamente:
Preconceitos >>> cheio de denominações que aprendemos quando adultos
Ingenuidade >>> arruinada pela mídia
Medos >>> que fazemos maiores quando somos pequenos
E assim tenho saudade de como era bom ser criança

sábado, 30 de janeiro de 2010

2 de Fevereiro

Janaína - Otto

"Disse um velho orixá pra oxalá
Pra acreditar
Pra não temer, temer, temer
Desses tempos verdadeiros
Tempos maus

Disse um velho orixá pra oxalá
Pra acreditar
Pra não temer, temer, temer
Desses tempos verdadeiros
Tempos maus

Dia 2 de fevereiro
Dia de Iemanjá
Vá pra perto do mar
Leve mimos pra sereira
Janaína Iemanjá
Pra perto do mar
Leve mimos pra sereia
Janaína Iemanjá

Havia rosas no mar
Havia ondas na areia

Lá em Rio Vermelho
Em Salvador
Vamos dançar
Dia 2 de fevereiro
Dia de Iemanjá
Leve mimos pra sereira
Janaína Iemanjá

Disse um velho orixá pra oxalá
Pra não temer
Pra não temer
Dia 2 de fevereiro
Festa lá no Rio Vermelho
Em Salvador vamos dançar
Leve mimos pra sereia
Janaína Iemanjá

Havia rosas no mar
Havia ondas na areia
Vá brincar no Rio Vermelho
A festa de Iemanjá
Salvador está em festa
Vou cantar

Vou cantar, ahhhhh
Pra saudade sereia
Vai brincar na areia
Para acreditar

Pra saudade sereia
Vista de branco
Dia de lua cheia"

Silêncio - Clarice Lispector



"É tão vasto o silêncio da noite na montanha. É tão despovoado. Tenta-se em vão trabalhar para não ouvi-lo, pensar depressa para disfarçá-lo. Ou inventar um programa, frágil ponto que mal nos liga ao subitamente improvável dia de amanhã. Silêncio tão grande que o desespero tem pudor. Os ouvidos se afiam, a cabeça inclina, o corpo todo escuta: nenhum rumor. Nenhum galo. Como estar ao alcance dessa profunda meditação do silêncio. Desse silêncio sem lembranças de palavras. Se és morte, como te alcançar.
É um silêncio que não dorme: é insone: imóvel mas insone; e sem fantasmas. É terrível - sem nenhum fantasma. Inútil querer povoá-lo com a possibilidade de uma porta que se abra rangendo, de uma cortina que se abra e diga alguma coisa. Ele é vazio e sem promessa. Se ao menos houvesse o vento. Vento é ira, ira é a vida. Ou neve. Que é muda mas deixa rastro - tudo embranquece, as crianças riem, os passos rangem e marcam. Há uma continuidade que é a vida. Mas este silêncio não deixa provas. Não se pode falar do silêncio como se fala da neve. Não se pode dizer a ninguém como se diria da neve: sentiu o silêncio desta noite? Quem ouviu não diz.
A noite desce com suas pequenas alegrias de quem acende lâmpadas com o cansaço que tanto justifica o dia. As crianças de Berna adormecem, fecham-se as últimas portas. As ruas brilham nas pedras do chão e brilham já vazias. E afinal apagam-se as luzes as mais distantes.
Mas este primeiro silêncio ainda não é o silêncio. Que se espere, pois as folhas das árvores ainda se ajeitarão melhor, algum passo tardio talvez se ouça com esperança pelas escadas.
Mas há um momento em que do corpo descansado se ergue o espírito atento, e da terra a lua alta. Então ele, o silêncio, aparece.
O coração bate ao reconhecê-lo."[...]

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Respostas contidas numa caixinha luminosa chamado PC

Vi o que publicas
Noto o que sentes
Entristeço-me por não estar a corresponder
a cada vez que te vejo posso perceber o seu amor
mais minha alma está completamente livre, solta
tenho receio de te magoar por possuir grande estima por você e é somente o que sinto
desejo cultivar-te pois és um ser encantador, és gentil e sincero, tens um coração grande que é capaz de abraçar o mundo e transbordar de amor
respeita-me e é admirado por isso, tens um caminho longo pela frente, tens uma jornada árdua e eu espero que a complete com louvor
peço desculpas se tens que conviver com esse sentimento que corrói o seu ser e que sei que está sendo provocado por mim, porque a cada dia que nos reencontramos há uma música a ser publicada com uma imagem belíssima que não busca necessidade de título
e assim nossos caminhos se cruzam, as mensagens são lidas e infelizmente nunca respondidas

Desistindo das pessoas

As vezes acreditar vai muito além dos sentidos, é incrível como nos deixamos enganar por gentilezas, educação, palavras e aparência
Esperamos tanto, que a decepção é grande
é um tombo atrás do outro
é uma onda forte que destrói o seu castelo de areia, por essas e outras que aos poucos estou desistindo das pessoas
começo a ter receio daquele que acabo de conhecer e que tem frases bem elaboradas e naquele instante é tudo que você deseja ouvir
tenho receio de encontrar alguém que tenha diversas coisas incomum e que pareça ser como eu
Ouço depoimentos para não desistir jamais, pois nessa imensidão de terra deve ter alguém que se salve
Posso estar generalizando, mais estou dividindo o que sinto ultimamente
Afirmo que dos meus amigos, aqueles que são GRANDES amigos, esses sim eu jamais desistirei, pois já me conquistaram e pisar na bola está no “script”
Para esses eu confesso...eu também sou imperfeita, às vezes chata, negligente, enrolada

Decidi me afastar
Decidi estar na defensiva
Decidi ter um monte de justificativas para evitar qualquer aproximação

Assumo que é difícil estar sem companhia, sem alguém para partilhar os desejos, os sonhos, os problemas, alguém que possa te entender e ao mesmo tempo “puxar a orelha” quando necessário, alguém que faça você acreditar em si mesmo, que faça você sorrir, que permita você colocar sentido em tudo que faz

Queridos aventureiros, estou desistindo das pessoas e a cada momento que penso na possibilidade de me entregar estou arrumando a mochila e partindo, sumindo sem dar notícia, já está no meu consciente e ainda pretendo manter desse jeito...

Quem sabe um dia eu mudo de ideia?

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Repensando em sua vida atual

Soube que em tão pouco tempo colecionou experiências
Arrependeu-se de muitas coisas, pois se seguisse a sua consciência e deixasse a razão se expressar teria construído sua vida material
o coração resolveu apostar alto
abdicar de um cardápio de opções que a vida insistia em oferecer diariamente
Disposta a relacionamentos sérios, mais só disposta, pois todas as vezes errava em suas escolhas
e assim foi caminhando para ver onde vai dar aquela estrada